São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Índice
Simone e Possi voltam com "Brasil"
BRUNA MONTEIRO DE BARROS
O trabalho é uma revisita a Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Ary Barroso, Adoniran Barbosa, Dorival Caymmi, Hermínio Bello de Carvalho e muitos outros compositores nacionais. "É um show que as pessoas começam assistindo e na quarta música já estão dentro dele, cantando", conta o diretor, em entrevista à Folha. Nessa turnê, o diretor participa também da escolha do repertório, que traz, segundo ele, apenas músicas que consigam se impor. Estão no roteiro "Canta Canta Minha Gente" (Martinho da Vila), que abre o show, "Sinal Fechado" (Paulinho da Viola), "Maracangalha" (Dorival Caymmi), "Samba do Arnesto" (Adoniran Barbosa), "Amélia" (Mario Lago) e muitos outros sambas. "Dirigir um cantor é diferente de trabalhar com atores, pois ele interpreta o mesmo personagem a vida inteira: ele mesmo", conta. "Por isso, é preciso ficar amigo do artista, para captar detalhes de sua personalidade, que serão explorados na produção." Outro fator que o diretor considera importante é que o artista não pode soar falso, tem que ser espontâneo. Por isso, Possi observa que seu trabalho é "produzir o melhor invólucro". Ele conta que Simone raciocina o show como um roteiro de teatro, armando as letras como uma história, característica que torna a relação entre os dois mais fácil. Além disso, os dois são obsessivos, minimalistas e perfeccionistas. "No período de shows, perdemos a fome e o sono. É uma adrenalina muito grande." Um dos defeitos de Simone, que Possi define como um "defeito-qualidade", é que a intérprete se excita demais, às vezes perdendo o controle técnico. "É perdoável, já que essa reação é provocada pela paixão", diz o diretor, que não tenta contê-la, preferindo deixar que ela gaste toda a energia. Diretor teatral e artístico do Balé da Cidade de São Paulo, Possi utiliza a elementos teatrais na tecnologia dos shows -como na iluminação, por exemplo. Painéis invisíveis, telas transparentes, holografias e projeções são alguns elementos transpostos do lado técnico do balé e da ópera para o palco do Palace. Após a temporada em São Paulo, que vai até domingo, Simone segue com o show, e Possi viaja para Londres, onde encontra a irmã Zizi, que lançará um disco de músicas italianas cujo show ele assinará a direção. Show: Simone Quando: hoje, às 21h30; amanhã e sábado, às 22h; domingo, às 20h Onde: Palace (av. dos Jamaris, 213, Moema, tel. 531-4900) Quanto: de R$ 30 a R$ 60 Texto Anterior: QUEM É QUEM Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |