São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
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Lula pode perder apoio

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

As saídas de Erundina e Accorsi têm efeito desastroso, para o PT, na negociação com outros partidos de esquerda para a formação da frente que embalaria a possível candidatura de Lula à Presidência em 98.
A ida de Erundina para o PSB pode enterrar de vez a possibilidade de aval dos socialistas a Lula. Afinal, pela primeira vez os socialistas fincam um pé bom de voto no maior colégio eleitoral do país.
Com o trunfo Erundina na mão, a ala do PSB que não quer a aliança com o PT ganha um importante reforço na discussão interna e fortalece a articulação para chegar a uma terceira via para 98.
Além da ameaça de perder o monopólio da esquerda, o PT enfrenta a tarefa de superar a imagem de um partido fragmentado, envolvido em intermináveis lutas internas. Primeiro, foi o governador Vitor Buaiz (ES) que optou pela saída. Poucos dias após, Erundina e Accorsi desistem da legenda.
Lula deve ponderar ainda mais antes de dizer o "sim" que o PT espera para a candidatura. Aos petistas radicais, que torceram pelas saídas, resta a aposta na "síndrome de Mário Pedrosa", o falecido intelectual que, certa vez, vaticinou que nenhum filiado ao PT que o deixasse conseguiria ser eleito. Serve como desejo de vingança, mas não para não complicar os planos de Lula.

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