São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997 |
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Seca é velha conhecida dos brasilienses
AUGUSTO GAZIR
Em Brasília, nesta época do ano, nem quem acredita em milagre é capaz de esperar por uma gota de chuva. Não há farmácia na cidade sem um aparelho umidificador ligado em demonstração para os clientes. A umidade em torno de 10% ou 20% vira rotina. Os dias são quentes e empoeirados e as noites, frias e com uma névoa seca. As pessoas ficam mais cansadas e irritadas. Quem é mais sensível tem tonturas e enjôos. Não se assuste se você tomar um choque ao entrar no carro ou ao cumprimentar alguém. Com a ausência de moléculas de água, as cargas de eletricidade demoram mais a ser neutralizadas. Para aturar a secura e minimizar seus efeitos, os brasilienses -nativos ou adotados- seguem hábitos de sobrevivência que podem ajudar os paulistanos. Manteiga de cacau, colírio, Sorine ou Rinosoro fazem parte do kit básico. Rachadura nos lábios, ressecamento e sangramento do nariz e irritação nos olhos são alguns dos primeiros sintomas. Os médicos recomendam água boricada para os olhos e soro fisiológico para o nariz. Há míopes que, para evitar lesões, desistem das lentes de contato. Homens e mulheres carregam na bolsa cremes hidratantes para combater o ressecamento da pele. As mais vaidosas pagam R$ 25 num salão de beleza para hidratar os cabelos com um banho de creme. Dicas para proteger a cabeleira: lavá-la com água fria e não sair de casa com a cabeça ainda molhada. Noites maldormidas são características do período de seca. Para os que preferem economizar os cerca de R$ 100 cobrados por um umidificador, existe a saída de colocar baldes de água no quarto ou toalhas molhadas na cabeceira da cama. Em tempo: a umidade do ar chegou a 19% ontem em Brasília. Talvez sirva de consolo para os paulistanos: neste ano fomos até os 13%. E já tivemos secas piores... Texto Anterior: Rodízio pode ser mais rígido em 98 Próximo Texto: Colisão entre ônibus e trem fere 18 e mata 1; Lobby emperra lei de proteção ambiental Índice |
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