São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
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Revisão das importações agita o mercado

LUIZ CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro viveu ontem seu segundo dia seguido de otimismo moderado, com as Bolsas fechando em alta, ainda que com pouco volume de negócios, enquanto os mercados futuros reviam para baixo suas expectativas.
A melhora do humor dos investidores pôde ser sentida desde o início do dia, quando a Bolsa paulista registrava valorização de 1,5% e o mercado futuro de dólar, negociado na BM&F, era vendedor.
Esse movimento ganhou força logo depois do almoço quando começou a circular o boato de que o governo estaria revendo os números oficiais de importação e exportação do primeiro semestre, contabilizados pelo Siscomex.
A informação que chegou às mesas dos bancos e corretoras era que os números corretos mostrariam um déficit no período US$ 900 milhões menor, por conta da redução do total importado. A explicação era que algumas operações teriam sido contabilizadas duas vezes.
Como isso significaria uma melhora considerável das contas externas do país ao longo do ano -uma redução de aproximadamente 10% no tamanho do déficit esperado para 97-, o mercado ficou ainda mais otimista.
Mais tarde o governo informou que realmente está revisando os números do comércio exterior, mas que uma diferença de US$ 900 milhões era especulação pura.
No fechamento, a Bolsa de São Paulo registrava uma valorização de 2,79%. O volume no dia não foi dos melhores, totalizando R$ 611,7 milhões, o que demonstra que muitos preferiram aguardar. Na quarta, o apetite dos investidores foi bem maior: os negócios somaram R$ 922,2 milhões.
No mercado futuro de dólar, as cotações voltaram a cair. Os contratos para entrega em novembro, por exemplo, recuaram 0,12%, com a moeda norte-americana sendo cotada a R$ 1,109.
Ásia
As recentes decisões do governo de controlar a especulação no mercado de câmbio, aumentar a oferta de papéis indexados ao dólar e de oferecer proteção aos que possuem ações da Telebrás em carteira fizeram o mercado ignorar as novas turbulências na Ásia.
Ontem, por exemplo, as moedas da Malásia, Tailândia, Indonésia e Filipinas bateram novos recordes de baixa com relação ao dólar.

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