São Paulo, sexta-feira, 5 de setembro de 1997
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"Rota", de Deborah Colker, é inspirado na Disneyword

ANNA LEE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

"Movimento, dinâmica, espaço, geometria, equilíbrio. Brincar com a seriedade." É assim que Deborah Colker define "Rota", o espetáculo que estréia hoje, no teatro João Caetano (centro do Rio).
"Neste trabalho tentei responder algumas perguntas que 'Vulcão' e 'Velox', espetáculos anteriores, deixaram", disse.
Estou preocupada com a pesquisa contínua do movimento, quero sempre descobrir novas possibilidades."
Para mostrar suas novas descobertas, Colker inspirou-se numa viagem que fez à Disney com os dois filhos.
"Quando vi aquele imenso parque de diversão, percebi que dali poderia retirar todos os movimentos que estava querendo explorar."
"Rota" apresenta dois atos. O primeiro, dividido em Allegro, Ostinato, Vigoroso e Presto, tem uma presença forte da música clássica. Começa com a "Serenata Noturna K239 em Ré Maior", de Mozart, e termina com o "Quinteto em Lá Maior Opus 114, a Truta", de Schubert.
No segundo ato, denominado "Gravidade-Roda", entra em cena o emblema do novo espetáculo, uma imensa roda de ferro construída pelo cenógrafo Gringo Cardia.
Na primeira parte, os bailarinos caminham, como se estivessem flutuando, sobre os braços de quatro pares de outros bailarinos. Depois, impulsionam a roda metálica com mãos e corpo, sob os acordes do "Conto dos Bosques de Viena", de Johann Strauss.
"Essa combinação da música clássica com movimentos fortes e dinâmicos é a maneira que encontrei para traduzir o que está acontecendo no mundo hoje. Não podemos ficar presos apenas às referências do passado. Está na hora de criar os clássicos do futuro", afirma Colker.
Outras opções
A companhia Les Ballets de Monte-Carlo está no Teatro Municipal do Rio, hoje, amanhã e domingo, para apresentar sua versão moderna para o clássico de Shakespeare, "Romeu e Julieta".
Jean Christophe Maillot, diretor artístico do grupo desde 1993, fez para a música de Prokofiev uma coreografia que tenta traduzir o conflito dos sentimentos dos dois amantes de Verona.
O pintor Ernest Pignon-Ernest criou um cenário com transparências e luzes acompanhado de projeções de imagens de cinema e vídeo.
O Ballet de Londrina, uma das mais importantes companhias contemporâneas brasileiras, volta ao Rio para apresentar os espetáculos "Cria" e "...À Cidade".
A companhia acaba de participar do Festival de Danza Nueva, em Lima, no Peru.

Espetáculo: Rota
Direção: Deborah Colker
Onde: teatro João Caetano (praça Tiradentes s/nº, centro, tel. 021/ 221-0305) Quando: de hoje até 28 de setembro. De quinta a sábado, às 21h; domingo, às 18h Quanto: R$ 18 (platéia e 1º balcão), R$ 12 (2º balcão). (Ingressos a domicílio tel. 021/568-8742)

Espetáculo: Romeu e Julieta
Com: Companhia Les Ballets de Monte-Carlo
Onde: Teatro Municipal (praça Floriano, s/nº, centro, tel. 021/262-3935)
Quando: sexta e sábado, às 20h; domingo, às 17h
Quanto: R$ 450 (frisa ou camarote com seis lugares) R$ 75 (platéia ou balcão nobre), R$ 40 (balcão simples), R$ 20 (galeria), R$ 15 (galeria lateral)

Espetáculos: Cria e ...À Cidade
Com: Ballet de Londrina
Onde: teatro Cacilda Becker (rua do Catete, 338, Catete, centro, tel. 021/265-9933)
Quando: de hoje até 14 de setembro. De quinta a domingo, às 21h
Quanto: R$ 4 e R$ 2 (estudantes)

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