São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997 |
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Pavilhão muda face do rap
XICO SÁ
O disco mostra a vingança do rap montado em uma banda de peso, com guitarra e bateria, diferenciando-se dos tradicionais grupos do gênero. Por essa os puristas da área também não esperavam. No quarto CD e com nova formação, o Pavilhão mantém firme o conceito de polícia como "inimiga pública número 1" dos sobreviventes das megalópoles. Batizado de "Cadeia Nacional", a coleção de uma dúzia de músicas é puxada por "Mandando Bronca". Nela, os vocais de Rho$$i e Doze recebem a barbárie sonora da dupla Igor e Max Cavalera. É a primeira vez que eles se unem (mas não muito, pois gravaram em sessões diferentes) depois das cenas de Caim e Abel no Sepultura. O disco tem ainda o batuque "afromangue" de Pupilo e Gilmar (Nação Zumbi) e uma ponta de Marcelo D2 (Planet Hemp) na música "Cada 1 Cada 2". Por essa, mais uma vez, a polícia também não esperava. É a fusão da banda mais perseguida pela "segurança pública" no país (Hemp) com a que mais fala mal da polícia desde o hino de rua "Otários Fardados", descascada originalmente em 1993. "E com a farda passada, exigem respeito/ calibre na mão, emblema no peito", protesta Rho$$i na letra, com a autoridade de quem começou a vida onde São Paulo termina, nas quebradas da zona sul, e teve um irmão de 24 anos eliminado pela polícia. Disco: Cadeia Nacional Grupo: Pavilhão 9 Gravadora: Paradoxx Quanto: R$ 18 (em média) LEIA MAIS sobre Pavilhão 9 à página 4-3 Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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