São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Ex-ministro acerta detalhes

LUÍS COSTA PINTO
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Ciro Gomes está próximo dos palanques eleitorais como candidato a presidente pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Falta acertar detalhes com o PSB e com o seu comandante, Miguel Arraes, 80, que dá pouca importância aos arroubos do PT.
Os petistas não apóiam o seu governo em Pernambuco nem apoiarão o candidato socialista à sucessão de Arraes.
O ex-ministro da Fazenda (setembro a dezembro de 94) e ex-governador do Ceará (91-94) precisa ter duas conversas essenciais antes de anunciar a sua candidatura.
A primeira é com Tasso Jereissati (PSDB), governador do Ceará e responsável por sua ascensão na política ao fazê-lo candidato vitorioso a prefeito de Fortaleza, em 1988, e a governador do Estado, dois anos depois.
A outra é com o ex-presidente Itamar Franco (sem partido), autor da idéia de nomear Ciro Gomes para o Ministério da Fazenda em setembro de 1994 em meio a uma crise na campanha do então candidato Fernando Henrique Cardoso.
Com Tasso, cujo candidato a presidente é Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro Ciro Gomes precisa fazer um acordo de cavalheiros para o Ceará.
O acordo desejado por ambos é evitar ataques de Ciro ao atual governo cearense e vedar quaisquer críticas do governador ao eventual candidato do PSB.
Tasso antecedeu e sucedeu Ciro no governo do Ceará e pretende eleger-se senador. Ambos sabem muito dos modos de administração de cada um.
Com Itamar a conversa é um pouco mais complexa, mas Ciro e o ex-presidente têm uma admiração recíproca e respeitosa.
Itamar precisa se filiar a alguma legenda até o dia 25 deste mês caso queira concorrer a algum cargo em 98.
Essa é sua data-limite porque, depois da filiação, correm prazos para impugnações pedidas por membros do partido.
O ex-presidente precisa de absoluta segurança contra esses recursos. Itamar tem deixado no ar a possibilidade de ser candidato a presidente.
Mas, com todos os presidentes de partido com os quais conversa (Paes de Andrade, do PMDB, Miguel Arraes, do PSB, e Álvaro Valle, do PL), tem demonstrado profundo interesse pelo apoio a uma candidatura sua ao governo de Minas Gerais.

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