São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Análise oficial aprova 90% do leite que SP distribui

ROBERTO COSSO
DA FT

O resultado da análise oficial do leite distribuído pelo governo do Estado de São Paulo a mais de 700 mil crianças, revelado ontem, mostra que 90% das amostras estão em condições de consumo.
Os outros 10% delas têm quantidade de coliformes acima do máximo permitido por lei.
Amostra analisada anteriormente pelo Instituto Adolfo Lutz a pedido do deputado Paulo Teixeira (PT) tinha quase cinco vezes mais coliformes fecais (bactérias) do que o permitido por lei.
A análise não foi considerada oficial porque a amostra não havia sido colhida pelo CVE (Centro de Vigilância Sanitária). A nova análise foi realizada a partir de 20 amostras coletas pelo CVE em entidades que distribuem o leite na capital e Grande São Paulo.
Em apenas duas amostras foram encontrados coliformes fecais, mas dentro do limite fixado por lei. As outras 18 não continham coliformes fecais.
Duas amostras, contudo, apresentaram uma quantidade maior de outros tipos de coliformes, não fecais, do que a legislação permite.
Apesar disso, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento afirma que "nenhuma das amostras apresentou microorganismos que caracterizassem impropriedades para consumo".
O vice-presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Clóvis Constantino, discorda. "Se alguma amostra ainda apresenta coliformes, persiste a possibilidade desse leite causar diarréia ou outras infecções."
O médico Célio Levyman, do CRM (Conselho Regional de Medicina), afirma que "parte das amostras está fora dos padrões estabelecidos pela lei, o que significa que o leite pode causar problemas de saúde".
Para o deputado Paulo Teixeira, os problemas só serão resolvidos quando o governo distribuir leite B, enriquecido com vitaminas e ferro, e com controle rígido da Vigilância Sanitária e da Secretaria da Criança, Família e Bem-Estar Social.

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