São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Justiça anula suspensão de Maradona

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Justiça argentina acatou ontem recurso para que Diego Maradona possa voltar a jogar futebol.
A decisão foi tomada ontem à noite pelo juiz federal Claudio Bonadío, que anulou, provisoriamente, a suspensão dada ao jogador pela AFA (Associação de Futebol Argentina) por teste positivo de doping, há duas semanas.
A assessoria de imprensa da entidade divulgou, logo após a decisão judicial, que estava reabilitando o jogador do Boca Juniors por não ter poderes legais para o impedir.
Assim, teoricamente, Maradona tem condição de atuar na próxima partida de seu clube pelo campeonato local, contra o Newell Old Boy's, marcada para domingo.
A decisão do juiz, que surpreendeu os analistas pela rapidez com que foi tomada, teria sido baseada em depoimento do jogador, que se disse vítima de uma conspiração feita para o incriminar.
Segundo o juiz, Maradona não poderia ser impedido de jogar enquanto o resultado do exame não fosse devidamente comprovado.
Anteontem, os advogados do jogador afirmaram que iriam exigir um exame de DNA na urina analisada pelo teste. Na TV, Maradona jurara, "por seus filhos", que não havia usado nenhuma droga.
A decisão da Justiça argentina deve causar forte polêmica, já que a suspensão foi aplicada por um tribunal desportivo.
Pelos estatutos da Fifa, entidade que rege o futebol mundial, ingerências da Justiça comum em decisões tomadas no âmbito esportivo são passíveis de punição ao atleta, clube ou federação envolvidos.
A AFA, apesar de reabilitar imediatamente o jogador, deve divulgar hoje sua estratégia de ação diante do recurso judicial.
Em entrevista a uma agência noticiosa da Argentina, Bonadío afirmou que de fato cabe à AFA a decisão de permitir ou não que Maradona jogue. "Mas a entidade deve ter consciência das consequências práticas de sua decisão", disse.
Maradona foi reprovado no teste antidoping feito após a partida contra o Argentinos Juniors, realizado no último dia 24 de agosto, em Buenos Aires.
A entidade não revelou a causa do doping, mas a imprensa argentina trabalha com a hipótese de que teria sido cocaína.

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