São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 1997
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Para delegado, será difícil motoboy ficar vivo

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado Paulo Fortunato, diretor da Diprocom (Divisão de Proteção Comunitária), acha que o motoboy Silvio Batista corre sério risco de vida, independente das condições de segurança da cadeia onde ele estiver preso.
"Em qualquer lugar onde ele esteja preso, os outros detentos irão tentar matá-lo", afirmou o delegado. "A nossa obrigação é deixá-lo vivo, mas vai ser muito difícil."
O diretor do Depatri, delegado José Alves dos Reis, concorda com Fortunato. Ele afirma ainda que a polícia não tem o que fazer para evitar a morte do preso.
"Ele feriu o 'código de ética' dos presos. Quem estupra ou comete crimes contra crianças é espancado e violentado na cadeia", disse.
Roxo
Um policial que participou do resgate de Batista da cela disse que ele ficou deformado depois de agredido. "Antes do espancamento, ele era branco. Agora, é roxo. Não há nenhum pedaço no corpo dele sem hematomas."
"Quando entramos na cela, o preso não conseguia nem mais gritar por socorro. Ele apanhou até desmaiar. Se ele ficasse mais cinco minutos na cela, iria morrer", afirmou o mesmo policial.
Fortunato afirmou que Batista deve permanecer pelo menos até o final de semana no Depatri, em uma cela fora da carceragem.
No início da próxima semana, segundo Fortunato, Batista deve ser removido para uma penitenciária onde fique só em uma cela.
O juiz-corregedor dos presídios, Ivo de Almeida, não havia se manifestado até a noite de ontem sobre a situação de Batista.
A polícia não autorizou que Batista desse entrevista. Segundo o delegado Fortunato, ele deve conceder uma entrevista coletiva na tarde de hoje na sede do Depatri.

Colaborou a FT

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