São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 1997
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Agora, Motta irrita mercado de ações

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Dois meses depois de criar polêmica com compradores de telefones, o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, entra em atrito com o mercado acionário.
O ponto da discórdia é o mesmo: as valiosas ações da Telebrás. O ministro foi criticado duramente ontem por corretores por sua declaração de que não irá entregar ações aos investidores que estão com 13,7 bilhões de recibos da Telebrás conversíveis em ações.
A crise explodiu terça-feira, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) declarou válido um aumento de capital aprovado pelo Conselho de Administração da Telebrás em 1990 para quitar dívidas com ações sem direito a voto (preferenciais).
Segundo Motta, a União, como acionista majoritária da Telebrás, vai anular a operação e entregar dinheiro a quem tem os recibos.
O pagamento em dinheiro seria correspondente ao valor atualizado da dívida, cerca de R$ 100 milhões. Em ações, o dispêndio corresponderia a R$ 1,1 bilhão.
Pela reação do mercado, Motta enfrentará uma verdadeira guerra se confirmar seu intento.
O superintendente do Banco Prosper e vice-presidente da Bolsa do Rio, Edson Menezes, diz que Motta "não foi chamado a opinar sobre o assunto" e que a decisão judicial é a única saída possível.
Luis Alfredo Taunay, advogado de acionistas, diz que, se as ações tivessem caído de preço, Motta não teria a mesma opinião.
A negociação dos recibos da Telebrás nas Bolsas está suspensa.

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