São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 1997
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Após cirurgia, piloto tenta andar hoje

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MIAMI

Após uma operação classificada pelos médicos de "rotineira e bem-sucedida", Emerson Fittipaldi tenta hoje andar pela primeira vez desde o acidente de domingo.
A tentativa está programada para esta manhã e será acompanhada pelo neurologista Barth Green e pelo ortopedista Frank Eismont, do Jackson Memorial Hospital.
Ontem, a dupla comandou a cirurgia de reconstrução da segunda vértebra lombar, durante cinco horas e 46 minutos, que, segundo Green, correu dentro do esperado.
Agora, a prioridade da equipe médica passa a ser a recuperação da perna esquerda do piloto.
"Com a descompressão do nervo na região da vértebra, esperamos que sua perna esquerda volte ao normal", afirmou Eismont. "Mas ainda não podemos garantir que vai ficar 100%."
Durante toda a cirurgia, sua perna esquerda esteve sendo monitorada com eletrodos. Foi com base na boa resposta de seus músculos que os médicos marcaram para hoje a tentativa de caminhada.
"Mas ainda não sabemos se ele vai conseguir andar sozinho. Pode ser que sinta muita dor", disse.
Ontem, após a cirurgia, os médicos apresentaram o colete que Emerson deve usar nos próximos seis meses. A peça, rígida, de acrílico, será reduzida gradualmente ao longo de sua recuperação.
Por fora do colete, Emerson usará um aparelho, preso a uma cinta elástica, que transmitirá impulsos elétricos para a região da fratura.
As peças de titânio usadas para consolidar a vértebra não serão retiradas. "É como fôrma para fazer bloco de concreto", disse Green. "O osso vai se regenerar em volta delas, mas não vamos tirá-las."
Além do titânio, os médicos usaram na reconstrução da vértebra um pedaço de tíbia doado pelo banco de ossos do hospital.
Segundo ele, Emerson deve ficar mais quatro ou cinco dias no hospital. "Ele já reclamou da comida e isso é sinal de que está lúcido."
Sobre o futuro profissional de Emerson, Green disse que ele deveria abandonar as pistas e virar dançarino. "Certamente é uma profissão mais segura", brincou.

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