São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997
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Suposto líder era tido como 'modelo'

LUCAS FIGUEIREDO; RICARDO AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apontado como o líder dos sequestradores, o primeiro-tenente da Polícia Militar Osmarinho Cardoso da Silva Filho, 28, era classificado como "modelo" na cidade-satélite de Samambaia -uma das mais pobres do Distrito Federal-, onde mora.
Uma vez, chegou a ameaçar o pai de prisão por ter abandonado sua mãe. Também puniu um subordinado com prisão após encontrá-lo embriagado.
Ele nasceu em uma família pobre. Em dez anos, passou de soldado a oficial da PM, tornando-se um exemplo para seus irmãos -um cobrador de ônibus e uma empregada doméstica.
Depois de se tornar primeiro-tenente, seu comportamento mudou, segundo relatos de vizinhos.
O policial se afastou dos amigos de "peladas" de futebol, entre eles, alguns criminosos condenados.
Roupas caras e dívidas
Passou a vestir roupas caras, a frequentar a cidade-satélite do Guará, de classe média, e contraiu dívidas com agiotas e bancos, no valor de R$ 13 mil.
O cunhado Claudione Alves de Faria e o primo Cleuzimar Alves de Andrade -também apontados como participantes do sequestro- são os únicos amigos de infância que continuaram convivendo com Silva Filho.
Silva Filho tinha em seu currículo seis cursos de especialização e diversos elogios em sua ficha, além de ser bacharel em direito, de acordo com o diretor-geral da Polícia Civil, Teodoro Rodrigues.
Destaque no atletismo
Considerado um aluno mediano na escola de oficiais, Silva Filho se destacava no atletismo, especialmente na corrida de 10 mil metros.
Ele chegou ao posto de oficial no "tapetão". Reprovado no exame psicotécnico, foi reintegrado à PM em 1990 por ordem judicial.
A revelação da polícia de que ele seria o líder do sequestro chocou a vizinhança de Silva Filho.
Até então, o único "defeito" notado pelos amigos era o fato de ele ser namorador.
(LUCAS FIGUEIREDO e RICARDO AMORIM)

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