São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997
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"Gattaca" mescla futurismo e genética

CECÍLIA NASCIMENTO
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM TORONTO

Viagens espaciais e manipulação genética de seres humanos, dois temas muito discutidos atualmente, estão juntos em "Gattaca", primeiro filme do neozelandês Andrew Niccol, lançado nesta semana durante o Festival Internacional de Cinema de Toronto.
O filme estréia dia 24 de outubro nos Estados Unidos e chega ao Brasil em dezembro. O elenco traz Uma Thurman, Ethan Hawke e Gore Vidal.
No mundo criado por Niccol, problemas físicos e emocionais são sinônimos de inferioridade humana. Vincent (Ethan Hawke), um dos seres inferiores, tenta trabalhar numa missão espacial em que são aceitas apenas pessoas perfeitas, nascidas a partir de manipulação genética.
Pesquisa genética
Para escrever o roteiro, o diretor baseou-se em pesquisas sobre manipulação genética, a maioria delas publicadas em páginas da Internet.
"O roteiro estava pronto antes da história das ovelhinhas", brincou Danny DeVito, um dos produtores do filme, referindo-se à clonagem da ovelha Dolly por cientistas britânicos em fevereiro.
O subtítulo do filme é "não existe nenhum gene para o espírito humano". "A minha proposta é colocar em discussão até que ponto a engenharia genética pode ser utilizada para fins estéticos", explicou o diretor.
O nome "Gattaca" foi criado a partir das iniciais das quatro substâncias que compõem o ácido desoxiribonucleico (DNA): guanina, citosina, timina e adenina. O DNA é o material que carrega toda a informação genética de um indivíduo.
O diretor de fotografia é o polonês Slawomir Idziak, o mesmo que trabalhou ao lado de Krzysztof Kieslowski em "A Liberdade é Azul".
A trilha sonora é assinada por Michael Nyman, que também foi responsável pelas músicas de "O Piano".
DeVito
Questionado sobre qual das três atividades no cinema -atuar, dirigir ou produzir- lhe dá maior satisfação, Danny DeVito foi enfático: "Seria uma tragédia se eu tivesse que escolher uma delas, mas escolheria dirigir", disse.
"Como diretor, sempre escolho os atores com quem quero trabalhar. De certa forma, isso também é um trabalho de produção cinematográfica."

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