São Paulo, domingo, 14 de setembro de 1997
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Coluna Joyce Pascowitch

JOYCE PASCOWITCH

Pingos nos is
Direitos humanos, reforma agrária, batalhas contra a violência e qualquer tema capaz de melhorar a vida dos cidadãos são desafios que deixam Belisário dos Santos Júnior (foto), secretário da Justiça e da Defesa de Cidadania de São Paulo, de antenas ligadas. Disposto a enfrentar o que for obstáculo -e contrariar interesses- se a causa for nobre, ele não vacila nem quando lembra que, em pleno surgimento da bossa-nova, dedilhava seu violão -sem nunca pensar em abrir mão de seu destino de leis e tramas políticas.
*
Como se escreve o bê-a-bá da cidadania?
Com D, de direito e de dever -já que o segundo muita gente esquece.
Para quem daria anistia internacional?
Aos paparazzi, vítimas da tristeza atual, e aos últimos presos políticos, inclusive do Brasil.
Quem vive fazendo justiça?
Pago bem pela foto de quem nunca cometeu injustiça.
Quem não merece direitos humanos?
Todos têm.
Já driblou burocracia?
Já. Adoro vencer burocracia inútil -só não gosto de fura-fila.
Como demarcar terras no Brasil?
Sem latifúndios -com agricultura familiar.
Aqui se faz, aqui se paga?
Quem é o advogado?
Reforma agrária ou ministerial?
E a reforma política?
Quem tem complexo de vítima?
Todo acusado de corrupção.
Quem colocaria na cadeira dos réus?
As turmas do frangogate, do precatóriogate, do anãogate.
Com quantos programas se chega à qualidade?
Um só basta.
Cada cabeça, uma sentença?
Melhor que "a cada sentença, uma cabeça".
Que causa merece um show?
A da solidariedade e a dos direitos humanos.

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