São Paulo, domingo, 14 de setembro de 1997
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Tesoura X lâmina

DEBORAH GIANNINI

Cabeleireiros e barbeiros disputam a preferência da clientela masculina
Uma minoria de homens ainda resiste aos atrativos dos cabeleireiros, com todos os seus aparatos de xampus, cremes e massagens, e se mantêm fiéis aos bons e velhos barbeiros.
"Não tenho porque mudar. Vou ao barbeiro há 40 anos, gosto do serviço, é perto de casa. É uma questão de hábito", diz o médico Eduardo Mendes, 67.
Há 59 anos na profissão, Pedro Coutinho, 82, da barbearia Ideal, faz barba e cabelo "do jeito que o freguês gosta". "O que mudou é que, antigamente, se usava navalha e máquina manual e, hoje, gilete e máquina elétrica", afirma Coutinho.
Contrariando aqueles que já passaram para o lado dos cabeleireiros, os barbeiros apresentam pelo menos um trunfo: para fazer o tradicional "corte americano" -máquina quatro em cima e um nas laterais-, usado por nove entre dez garotos na faixa dos 10 aos 17 anos, eles continuam infalíveis.
"O cabeleireiro não sabe trabalhar com a máquina para fazer os cortes que os homens gostam. Nós sabemos", diz o barbeiro Rubens dos Santos, 72, 51 de ofício. Na barbearia Ideal, onde Rubens trabalha, o corte de cabelo custa R$ 16, com direito a lavagem e secagem.
Essa justificativa, no entanto, não foi suficiente para convencer o engenheiro Auri Marçon, 36, a não aderir aos cabeleireiros depois de 18 anos frequentando apenas barbeiros.
"Acho a relação custo-benefício do cabeleireiro mais equilibrada. O serviço é mais completo. E o barbeiro que frequentava era mais caro", diz ele que vai ao Soho Cabeleireiros uma vez por mês. Lá, o corte de cabelo varia de R$ 22 a R$ 30, e a lavagem, de R$ 3 a R$ 4.
"Os barbeiros não acompanharam a evolução da moda. O cabeleireiro é a nova versão do profissional. É como uma máquina de escrever e um computador", diz Nilton Yamawaki, do Soho, cuja clientela é 40% masculina.

ONDE ENCONTRAR Soho: praça General Gentil Falcão, 156, Brooklin Novo, região sul. Tel. 5505-2290/0797. Possui mais 16 unidades em São Paulo. Ideal: av. Angélica, 1.408, Higienópolis, região central. Tel. 214-2873

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