São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Manson atrai tipos esquisitos para seu teatro de horror

AUGUSTO PINHEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O show do satânico Marilyn Manson atraiu um séquito de esquisitos, de estilos mil. Góticos, clubbers apocalípticos, híbridos sem rótulo, clones e bizarros em geral atenderam ao chamado do ídolo e deram as caras no Olympia (8/9). Carioca (não quis revelar o nome), 17, todo gótico com uma capa preta, olhos borrados e cabelo em pé, diz que venera o som "industrial, profundo e negro" de Manson. Depois do show, seguiria para um cemitério com sua trupe de amiguinhos mórbidos.
Com cabelos vermelhos e olhos intensos, Ana Barros, 18, acompanha o trabalho da banda desde o início. "Em 91, morava nos EUA e já via os caras. Eles ainda eram metaleirozinhos." Ela diz que seu look é inspirado no Manson, na Siouxie e em tudo o que é punk.
Roger, do Ultraje a Rigor, bem "normal", lembrou sua adolescência, quando era fã de outros grupos "do diabo" (Black Sabbath, Alice Cooper): "Era uma atitude contra o sistema". Zé do Caixão, com suas indefectíveis unhas, foi ovacionado pelo público quando deu tchauzinho do camarote.
O show pareceu um culto, com um "pastor" que corta o corpo (foi "fake", mas o efeito é fantástico), rasga a Bíblia e limpa a bunda com a bandeira dos EUA.
Em "Sweet Dreams", o público cantou hipnotizado. No fim, em um palanque improvisado, Manson era o próprio candidato ao inferno. Já está eleito.
(AP)

Texto Anterior: Beck diz que é fã de Jorge Benjor
Próximo Texto: Duas pérolas brotam das caixas de plástico
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.