São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997 |
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Como é o esquema na TV Record . 9/dez.96 - A Ministério da Justiça expede a portaria nº 729, autorizando as instituições filantrópicas a fazerem sorteios de prêmios pela TV para arrecadação de fundos. Permite também que as apostas sejam feitas pelos telefones 0900 (de âmbito nacional) e que as entidades filantrópicas contratem empresas especializadas no serviço 0900 para administrar os sorteios . 22/dez/96 - A empresa Abba Produções e Participações, uma das operadoras de serviços 0900 no Estado de São Paulo, se encontra em grave crise financeira e os donos oferecem a empresa ao vice-presidente da Rede Record, bispo Honorilton Gonçalves. No mesmo dia, o diretor financeiro da Record, Rodolpho Lopes, entra em contato com os empresários e confirma o interesse da emissora na aquisição da Abba . 25/dez/96 - Waldemar Faria Júnior, genro de Rodopho Lopes, e seu irmão Fábio Faria procuram os proprietários da Abba e acertam a negociação . 27/dez/96 - É assinado o contrato particular de compra e venda da Abba. A Record não figura como compradora no contrato, mas sim os irmãos Faria. A empresa foi negociada por R$ 2 milhões, a serem pagos em parcelas . 17/fev/97 - A Record contrata a Abba para contatar instituições filantrópicas que atendam aos pré-requisitos do governo. A Abba fica encarregada também de aprovar os documentos no Ministério da Justiça . Quem assina pela Record é o diretor financeiro, Rodolpho Lopes. O contrato diz que a emissora fica com 70% da receita líquida apurada . A Abba assina contratos com instituições filantrópicas de vários Estados. Nesses contratos, ela promete repassar 3% da receita líquida para elas. Pela portaria do ministério, toda a receita líquida caberia à entidade filantrópica Para entender o caso . A Sociedade Pestalozzi de Campinas (SP), a Associação de Amigos dos Autistas (SP) e a Sociedade Pestalozzi de Sumaré (SP) entregaram documentos à Folha provando que receberam o equivalente a 1% da receita total . A Associação de Amparo ao Próximo Paz e Amor, de Guarulhos (SP), entrou com ação na Justiça exigindo a prestação de contas do sorteio feito em seu nome. A instituição diz que não recebeu nenhum dinheiro . As redes de televisão Globo, Manchete, SBT e CNT também participam do esquema de sorteios pela TV. No caso delas, os sorteios são administrados pelo consórcio Teletv, de São Paulo, que afirma repassar 5% da receita para as filantrópicas . Em função das notícias publicadas pela Folha, o Ministério da Justiça decidiu formar uma comissão -com representantes do governo, das emissoras, das filantrópicas e das operadoras de serviço 0900- para mudar as normas do sorteios Foram registradas 40 milhões de ligações telefõnicas para os sorteios neste ano, segundo a Telebrás Receita bruta de R$ 119,6 milhões foi apurada com as ligações telefônicas, segundo a Telebrás Texto Anterior: Record fica com 70% nos sorteios pela TV Próximo Texto: Emissora controla esquema milionário Índice |
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