São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997
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Inibidor de apetite pode sair do mercado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde resolveu esperar uma definição da FDA (Food and Drug Administration, órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos) para decidir se retira do mercado os medicamentos anorexígenos que contenham fenfluramina ou dexfenfluramina, que promovem a saciedade.
Segundo Martinez, a FDA recomendou aos médicos norte-americanos que a prescrição dessa associação seja evitada. A secretária disse que não há no mercado norte-americano nenhum remédio que contenha as duas substâncias.
"Os médicos é que receitam a combinação. No Brasil, não há como fazer essa combinação. Nós não temos registradas as fenterminas. Temos apenas remédios contendo fenfluraminas e dexfenfluraminas", disse Martinez.
A secretária disse que o ministério tem mantido contato a cada dois dias com a FDA.
Um dos laboratórios que detêm a patente (Servier no Brasil e na Europa, e sua subsidiária americana, Wyeth-Ayerst) resolveu, de acordo com a FDA, retirar os medicamentos do mercado mundial, até que exames esclareçam se essas substâncias realmente podem causar danos cardíacos.
No Brasil existem dois medicamentos do laboratório contendo essas substâncias: Isomeride e Minifage AP. Segundo o ministério, existem no Brasil dois remédios que contém fenfluraminas: Minifage AP (Servier) e Lipesi AP (União Química).
A dexfenfluramina pode ser encontrada em quatro medicamentos brasileiros: Fluril (Farmasa), Isomeride (Servier), Delgar (Apsen) e Fatinil (Engefar).
Martinez disse que todos só podem ser comprados com prescrição médica e a receita deve ser retida pela farmácia.
A secretária disse que a orientação do ministério e do Conselho Federal de Medicina é recomendar que os médicos notifiquem quaisquer casos de danos cardíacos relacionados ao uso desses remédios e reexaminem as prescrições. A recomendação é só manter a prescrição nos casos em que os pacientes corram risco de vida.
"Nós não iremos nos antecipar, retirando os produtos do mercado, quando órgãos de vigilância sanitária da Europa e dos EUA ainda não terminaram as investigações e não decidiram quais os reais efeitos das substâncias sobre a área cardiológica", disse Martinez.
Ela disse ainda que o FDA registrou casos em que o uso isolado de fenfluraminas ou dexfenfluraminas pode ter acarretado danos.

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