São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997
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Confissões são suspeitas

DA REDAÇÃO

Confissões públicas como a de Raúl Cruz devem ser vistas com desconfiança, a julgar por relatos de entidades de direitos humanos. Segundo a Anistia Internacional, há 600 presos de consciência na ilha, muitos condenados após confissões sob coação e em julgamentos com direito a defesa prejudicado.
São comuns as condenações de dissidentes por infrações como "desacato" ou "resistência". Mas, em um dos casos mais famosos de julgamentos sob suspeita em Cuba, o general Arnaldo Uchoa foi condenado à morte em 1989, sob acusação de ligação com narcotraficantes.
Ele chegou a fazer uma confissão pública, também pela TV, e disse que, se fosse condenado ao fuzilamento, seu último pensamento seria "para Fidel e para a revolução" -da qual era até então considerado um dos heróis. Analistas dizem que seu julgamento foi uma forma de Raúl Castro, irmão e lugar-tenente de Fidel, se livrar de um adversário.

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