São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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FHC mantém liderança, mas enfrentaria 2º turno

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Henrique Cardoso (PSDB) teria que enfrentar um segundo turno na eleição presidencial de 98 nos três cenários pesquisados pelo Datafolha anteontem. Nas três situações, o adversário de FHC na rodada final seria Luiz Inácio Lula da Silva.
A pesquisa é nacional. A constatação da necessidade de um segundo turno vale se prevalecer o critério da última eleição, quando para ganhar no primeiro turno qualquer candidato teria que obter um voto a mais do que a soma dos destinados a seus concorrentes.
Se for aprovada a emenda constitucional que diminui os votos necessários para o candidato ser eleito no primeiro turno, FHC liquidaria a disputa no primeiro turno em dois dos cenários pesquisados.
O estudo revela, também, tendência de aumento na avaliação positiva de FHC, apesar de manifestações recentes de sem-terra e de outros setores da oposição.
No primeiro cenário pesquisado, FHC tem 37% e é secundado pelos 22% de Lula. Os entrevistados, aí, dispunham ainda das opções Paulo Maluf (PPB, 13%), José Sarney (PMDB, 11%) e Ciro Gomes (possível candidato do PSB, 5%).
Trocando-se Sarney por Roberto Requião (PMDB) e Ciro por Itamar Franco (sem partido), FHC oscila para 34%, e Lula permanece com seus 22%. Maluf varia para 15%, Itamar bate nos 13%, e Requião fica em 3%.
Se prevalecer a modificação defendida pelo governo, é só no segundo cenário que FHC teria que enfrentar um segundo turno. Na terceira hipótese, com Sarney (14%), Ciro (8%) e Esperidião Amin (PPB, 5%), FHC volta aos 37%, e Lula tem 23%.
Os dados acima são da pesquisa estimulada, em que é apresentado ao entrevistado um cartão com os nomes dos concorrentes. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Uma das conclusões da pesquisa é que os ex-presidentes Itamar e Sarney têm condições de complicar a reeleição de FHC, caso se disponham a entrar no páreo, já que seus votos poderiam assegurar a realização de um segundo turno.
Lula mantém suas taxas entre 22% e 23% independentemente de quem estiver concorrendo. A pesquisa revela também que o petista é o candidato com mais chances de encabeçar uma frente de oposição.
Ciro Gomes, que pode rivalizar com Lula na disputa pelos votos da chamada centro-esquerda, obtém taxas entre 5% e 8% nas duas situações em que seu nome é incluído.
Pondere-se, no caso do ex-ministro, é que só agora, com a possibilidade de disputar a eleição, é que seu nome voltou a ter exposição frequente na mídia, ao contrário de seus potenciais adversários.
Na comparação com a pesquisa anterior, feita entre 18 e 20 de junho, nota-se que FHC mantém praticamente fixas suas taxas, que nas seis situações pesquisadas então variaram entre 33% e 37%.

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