São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 1997
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Bilbao chega antes ao século 21

CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade espanhola de Bilbao está prestes a entrar para a história da arte e da arquitetura. No dia 3 de outubro, a capital do País Basco inaugura, para convidados, sua maior atração: o novo museu Guggenheim Bilbao.
A inauguração será seguida por duas semanas de eventos para convidados. No dia 19 de outubro, acontece a abertura ao público. A primeira mostra -"As Coleções Guggenheim e a Arte deste Século"- será baseada na coleção permanente do museu e da Fundação Guggenheim.
Ao novo museu, cabem vários desafios: ajudar a cidade a sair de sua grave crise econômica (alto nível de desemprego, baixo desempenho turístico, deterioração da cidade, a quarta maior do país, com 2,1 milhões de habitantes); criar no local o hábito da arte contemporânea; desfazer a imagem negativa da região, causada pela atuação do grupo separatista basco ETA.
O projeto do arquiteto canadense, radicado na Califórnia, Frank O. Gehry, tem tido papel fundamental nesse processo.
Construído como um conjunto de volumes horizontais e verticais em titânio, pedra calcária e vidro, o novo museu se desenvolve como uma explosão de linhas e formas em torno de um átrio de 50 metros de altura (remissão à rotunda de Frank Lloyd Wright no museu Guggenheim em Nova York).
Gehry diz que suas maiores influências no projeto são a área industrial da cidade e a visão futurista de Fritz Lang em seu filme "Metrópolis". Seu impacto visual tem atraído a atenção do mundo e diminuído a relutância dos espanhóis em relação ao projeto.
Construído em uma área de 32.700 m2, às margens do rio Nervión, o Guggenheim Bilbao conta com uma área útil de 24 mil m2, sendo que 10.500 m2 são área expositiva. A previsão anual de público gira entre 400 mil e 500 mil visitantes.
O acervo do Guggenheim Bilbao é composto por obras adquiridas nos últimos anos de artistas como Mark Rothko, Willem de Kooning, Clyfford Still, Jackson Pollock, Julian Schnabel, Anselm Kiefer, Roy Lichtenstein, Joseph Beuys, Yves Klein e outros.
O museu investe ainda, como previsto, em artistas bascos e espanhóis, como Eduardo Chillida, Cristina Iglesias e Francesc Torres, e em um acervo de fotografia contemporânea, com obras de Nan Goldin, Cindy Sherman, Thomas Ruff. Deverá ainda receber as cerca de 200 peças da coleção de arte minimalista e arte povera do conde italiano Giuseppe Panza di Biumo.

LEIA MAIS sobre o Guggenheim Bilbao à pág. 5-3

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