São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997
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Ministério vai propor nova fórmula de repasse

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Justiça vai propor ao grupo de trabalho que reformulará a legislação sobre sorteios na TV que as entidades filantrópicas recebam um teto mínimo por sorteio e que a porcentagem destinada ao Fundo Nacional da Criança e do Adolescente passe a 1% da arrecadação bruta.
Com a medida, o fundo arrecadaria 40 vezes mais, segundo o ministério. Hoje, 0,5% da receita líquida deve ser recolhida ao fundo pela entidade filantrópica responsável pelo sorteio. Da receita bruta, 3% vão para o Fundo Nacional Penitenciário e 1% para o Fundo Nacional de Cultura.
Reformulação
A reformulação na legislação foi definida após uma série de reportagens da Folha mostrando que as entidades filantrópicas são as que menos ganham nos sorteios de TV realizados em seus nomes.
A Abba Telecomunicações, que administra sorteios da Rede Record, pagou, por exemplo, R$ 500 ao Centro Promocional Nossa Senhora da Visitação, de Campinas (SP), por um sorteio veiculado pela emissora, segundo a entidade.
A mesma administradora sorteou R$ 176,4 mil em prêmios para a AMA (Associação de Amigos do Autista).
Segundo a planilha de custos apresentada à entidade, houve uma receita bruta de R$ 950.223 com as ligações, mas R$ 940.182,52 teriam coberto despesas com o sorteio. No final, a AMA ficou com R$ 10.040,48.
"Não queremos prejudicar ninguém, mas acertar distorções. Uma das hipóteses é estabelecer um percentual mínimo para que a entidade, em cada sorteio, receba mais do que os R$ 1.000 ou até R$ 500 que mostraram reportagens da Folha", afirmou o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, Nelson Lins.
A porcentagem que caberia às entidades com a modificação na lei que permite os sorteios ainda será definida pelo grupo de trabalho. Atualmente, segundo Lins, esse percentual é estabelecido entre as partes envolvidas e o ministério não tem como intervir nesse tipo de contrato particular.

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