São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997![]() |
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Comandante quer "reciclar e depurar" PM
OTÁVIO CABRAL
Os principais meios para conseguir essa mudança são, segundo o coronel, promover uma grande reciclagem em toda a tropa e depurar a corporação, afastando com rapidez policiais envolvidos em casos de violência. Camargo afirmou que deve fazer um estudo imediato com o novo alto comando da PM para discutir como será essa reciclagem. Em princípio, todos os policiais, dos soldados recém-contratados aos oficiais do alto comando, devem ser obrigados a participar de cursos na academia da PM. O principal desses cursos será o de direitos humanos. "Meu grande objetivo é que a PM de São Paulo seja muito mais do que a polícia que respeita os direitos humanos. Eu quero que ela seja a polícia que proteja os direitos humanos de todo cidadão", declarou Camargo. Em sua opinião, a PM não deve trabalhar com uma hierarquia entre ricos e pobres. Ele afirma que hoje em dia há diferenças entre o tratamento dado pela PM para pessoas de diferentes classes sociais. "A essência dos direitos humanos é a ausência total dessa hierarquia", afirmou. Depuração Outro grande objetivo declarado do novo comandante é depurar a PM. Segundo ele, a maioria da corporação cumpre a obrigação de proteger e defender a sociedade. Mas uma minoria comete crimes que mancham a imagem da PM. "Como a corporação é muito grande, essa minoria é numerosa. Mas, mesmo se fosse apenas um caso, já seria preocupante." O principal meio para "expurgar" essa minoria, de acordo com Camargo, é agilizar os procedimentos de apuração de qualquer denúncia contra PMs. Para isso, ele espera uma integração maior da Corregedoria da Polícia Militar com a Ouvidoria de Polícia de São Paulo, órgão independente que recebe reclamações contra policiais. "Vamos ser inclementes e rigorosos, dando tratamento radical para os policiais que se desvirtuem de suas funções. Mas sempre dentro da lei", afirmou. Camargo afirmou ser favorável a uma reformulação no regimento disciplinar da PM para punir com mais rigor policiais que cometam crimes ou abusos contra civis. Mas disse ser totalmente contrário à proposta de Covas de passar o policiamento ostensivo para civis. O coronel disse não acreditar que possa sofrer oposição de oficiais mais velhos na PM. "Mesmo se houver boicote, com determinação nós conseguiremos atingir os objetivos." Texto Anterior: Leitor pede reparos em rede elétrica Próximo Texto: Quem é o novo comandante da PM Índice |
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