São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997 |
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Crescimento será modesto
OSCAR PILAGALLO
É fato que a equipe econômica sempre afastou a hipótese de manipular o ritmo de expansão com objetivos eleitorais. Não é razoável supor, no entanto, que um governo que procura a reeleição deixará o país afundar em recessão antes de ir às urnas, o que acontece em outubro. A lógica política indica que o presidente FHC tem todo interesse em promover, no próximo ano, o maior crescimento possível, ou seja, aquele que não ameaçar seu maior trunfo -a estabilidade dos preços. As pesquisas mostram que o maior capital político de FHC é a associação de sua imagem à manutenção do Plano Real. Mas concluir, a partir desse raciocínio, que o governo permitiria que o país entrasse em rota de recessão em 1998 é ir longe demais. A agenda política recomenda outro "timing". Primeiro, continua-se segurando a economia por meio de juros elevados, o que mantém os preços pressionados para baixo. No próximo ano, afrouxa-se a política monetária (se necessário) de maneira a criar sensação de crescimento na época da eleição. Passado o pleito, em caso de segundo mandato, seria o momento de a lógica econômica voltar a prevalecer. O governo teria então mais liberdade (quatro anos pela frente) para atacar o problema das contas externas, cuja solução passa por medidas impopulares. Até lá, o que se deve esperar é um ritmo lento de crescimento, não recessão. Texto Anterior: Fipe alerta para o risco de recessão Próximo Texto: Para balanço; Fora de hora; Atraso em cadeia; "Stop and go"; Atrás de motivo; De malas prontas; Em debate; Olhos de águia; Na fronteira; Como contrapeso; Pesos pesados; Preparando a mudança; Ágio por ágio; Ecologicamente correto Índice |
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