São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997
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'Sombras' é retrato policial superficial

ROGÉRIO SIMÕES

Atenção, meninas! Andy Garcia está de volta às telas dos cinemas. E, como de costume, fazendo papel de bonitão bonzinho.
"Sombras da Lei", dirigido pelo irregular Sidney Lumet, é mais um daqueles embates entre o bem e o mal, o certo e o errado, dessa vez ambientado na estrutura policial da cidade de Nova York.
Garcia vive o jovem promotor e ex-policial Sean Casey, que jura lutar cegamente por justiça -com uma crença de dar inveja a qualquer um dos Super Amigos.
Filho de um policial de conduta também impecável, Casey torna-se uma estrela depois de conseguir no tribunal a condenação de um perigoso traficante. Apesar da vitória, o caso serve de base para a investigação de policiais corruptos que, em troca de dinheiro, davam proteção às operações do traficante condenado.
A trama faz de "Sombras da Lei" uma obra extremamente atual devido às críticas ao aparato policial em inúmeras capitais do mundo -de Nova York a São Paulo.
Ao desenvolver a polêmica da corrupção na polícia, Lumet conclui que o certo e o errado não são tão claros nos meandros da Justiça, e muitas vezes é preciso passar por um para chegar ao outro.
Mas o bom tema foi desperdiçado num filme que aborda superficialmente a questão -o que acontece quando não se consegue decidir entre a problemática social e os dramas de cada personagem.
Lumet fica no meio do caminho, deixando o espectador na mão.

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