São Paulo, domingo, 21 de setembro de 1997
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Desistência de Britto anima petistas no RS

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
LÉO GERCHMANN

CARLOS ALBERTO DE SOUZA; LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A desistência do governador Antônio Britto (PMDB) de concorrer à reeleição no Rio Grande do Sul criou uma situação de impasse, para os cinco partidos que sustentam a atual administração estadual, e um clima de otimismo nos partidos de oposição.
Como o governador paulista Mário Covas, Britto é aliado do presidente Fernando Henrique Cardoso. Os partidos do governo estadual -PMDB, PSDB, PPB, PTB e PFL- tinham Britto como única alternativa de candidatura.
A aposta no nome do governador não motivou a construção de outras possíveis candidaturas.
Os secretários Nélson Proença (Desenvolvimento e Assuntos Internacionais) e José Otávio Germano (Transportes) chegaram a ser cogitados como nomes alternativos, mas diante da candidatura de Britto, então tida iminente, deixaram de ser citados.
Zambiasi foi cogitado nas duas últimas eleições ao governo, mas não aceitou concorrer. Uma das razões seria a incompatibilidade entre o cargo, caso vencesse a eleição, e a atividade de radialista, fonte de sua popularidade.
Em princípio, dos partidos restantes da coligação governista, apenas o PPB teria condições de lançar candidato próprio -o secretário Germano e o deputado Jair Soares, ex-governador, são nomes que já foram cotados.
A desistência de Britto estaria ligada a pesquisas que indicam baixo índice de popularidade do seu governo, apesar de a propaganda oficial afirmar que a atual gestão é bem-sucedida e está projetando o Estado na área econômica e social.
Embora aliado de FHC, Britto não viu atendida sua reivindicação de compensação pelas perdas com a Lei Kandir, o que agrava a situação financeira do Tesouro e se constitui em mais um complicador para sua administração.
O presidente regional do PMDB, Wilson Cignachi, e outros dirigentes peemedebistas dizem não acreditar na desistência de Britto. Eles acham que o governador terá de ceder a pressões do partido e sair candidato à reeleição.
O quadro atual favorece o PT, que ainda não decidiu quem será seu candidato entre os ex-prefeitos Olívio Dutra e Tarso Genro.
Os dois têm liderado as pesquisas para o Palácio Piratini com grande folga em relação aos índices obtidos por Britto.
O PT chegou ao segundo turno, com Dutra, na eleição de 1994. O partido detém a Prefeitura de Porto Alegre há três mandatos e tem crescido no interior.
O PT e o PDT trabalham para a concretização de uma aliança já no primeiro turno, que também reuniria outros partidos, como o PSB. A intenção é consolidar uma frente que garanta boa margem de votos na capital e no interior.

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