São Paulo, domingo, 21 de setembro de 1997
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Produto com ímã atrai empresas

CLEBER MARTINS
EDITOR INTERINO DO TUDO

Enfeite de geladeira, brinde promocional, produto terapêutico e material de sinalização. Eles têm em comum mais do que a matéria-prima (ímãs). São produtos que atraem cada vez mais consumidores e abrem oportunidades para pequenos empresários.
Fornecedores do material informam altas de até 100% nas vendas de um ano para outro. Boa parte desse crescimento é atribuída às encomendas feitas por empresas de pequeno porte, que fabricam desde ímã de geladeira até sandálias e calcinhas magnéticas.
"Está havendo uma popularização da cultura do ímã", afirma Fábio Colello, 30, diretor comercial da Aplike, fornecedora de manta magnética (camada flexível de ímãs) para os fabricantes.
Segundo ele, o faturamento da empresa vem dobrando a cada ano, desde 93, quando abriu as portas. Hoje são 20 mil metros lineares produzidos a cada 40 dias.
Estilete
A manta é geralmente usada na produção de brindes e adesivos para sinalização, como em inscrições de veículos escolares.
Um dos lados dessas mantas é recoberto por camadas de vinil ou mesmo papel, em que podem ser impressos imagens e letreiros.
É nesse ponto que entram algumas das pequenas empresas do ra mo, que compram a matéria-prima e produzem brindes personalizados para seus clientes, como pizzarias, lojas de entrega em domicílio e clínicas veterinárias.
"O número de pedidos cresceu quase 40% em relação a 96", conta Maura Suchs, 37, sócia da Estúdio Mais, que produz hoje cerca de 15 mil magnetos promocionais por mês, ao preço de R$ 0,30 cada um.
Ela conta com mais dois funcionários, que trabalham na impressão "off-set" e no recorte da manta magnética. "Hoje, tenho uma máquina para corte, mas no início era com estilete mesmo", conta.
Boom nas vendas
"Quando comecei, há um ano, não podia supor o boom que esses produtos teriam", diz Arnaldo Schattan, dono da empresa 5ª Avenida, que terceirizou a produção para atender a clientela, principal mente do ramo de "delivery".
O empresário chega a atender pedidos de até 200 mil unidades, que custam R$ 0,30 cada uma.
Segundo os fornecedores da matéria-prima, geralmente importada, o mercado para os produtos magnéticos ainda engatinha.
"Ainda há muito espaço para novos produtos, principalmente na linha educativa", diz Eduardo Mateus, 36, sócio da Argon, que distribui o material e também fabrica os magnetos em larga escala.
Mateus afirma ter produzido cerca de 50 milhões de brindes, desde 94, para uma lista de mais de 200 clientes, entres eles indústrias de alimentação e limpeza.
"Após uma fase difícil em 96, o mercado para todo tipo de brinde deve crescer até 5% este ano", afirma Luís Américo Seabra, 34, vice-presidente da Anfab (associação dos fabricantes de brindes).
Segundo a consultora Dorli Martins, 37, do Sebrae-SP, o futuro empresário que planeja montar uma fábrica de brindes equipada geralmente gasta até R$ 50 mil.
Mas não são só os fabricantes de brindes que podem aproveitar as energias do mercado.
Os magnetos também podem ser fonte de renda para produtores de enfeites artesanais, geralmente a um custo bem mais baixo.

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