São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 1997 |
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'Instrumentos musicais no país ainda são caros', afirma Jobim Filho de Tom diz que músico tem que importar eletrônicos SÉRGIO LÍRIO
A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha. (SL) Folha - Os instrumentos musicais produzidos no Brasil são bons? Paulo Jobim - Há instrumentos acústicos ótimos produzidos no país. Violinos, violas, cellos são legais. Agora, no caso dos instrumentos eletrônicos, geralmente o pessoal é obrigado a importar. Folha - Está mais fácil comprar instrumentos importados hoje? Jobim - Antigamente havia o problema de importação. Existiam cotas e era difícil trazer equipamentos, a não ser por meio de uma pessoa que viajasse ao exterior. Hoje está liberado importar, mas eu acho muito caro esses equipamentos no país. Quando você vê a alíquota de importação que o governo cobra, até não parece muito caro. Mas, quando você vai comprar, os equipamentos estão, no mínimo, pelo dobro do preço cobrado em outros países. Deve ter alguém taxando além do governo. Folha - Qual a alternativa? Jobim - Não tem alternativa. Ou você compra por esses preços "malucos" nas lojas ou recorre aos "muambeiros", que não oferecem nenhum tipo de garantia. Este, aliás, é um comércio que nem deveria existir. O melhor é que o governo taxe as coisas razoavelmente e todo mundo compre legalmente. O Brasil é reconhecido pela sua musicalidade, mas o consumo de instrumentos é pequeno. Por quê? Jobim - Acho que isso acontece porque a gente é "duro". Nós temos muitos músicos de qualidade, mas os preços e a qualidade dos instrumentos eletrônicos brasileiros devem inibir esse consumo. Folha - Onde o sr. compra seus instrumentos? Jobim - Olha, eu toco violão. Meu violão é brasileiro. Já comprei um único teclado nos EUA, quando eu retornei ao Brasil. Mas eu não uso muito instrumentos eletrônicos. Texto Anterior: Acústicos nacionais dominam mercado Próximo Texto: Procura pelos songbooks continua restrita Índice |
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