São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 1997
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Microsoft e Boeing modernizam Seattle

Cidade abriga 220 dias de garoa por ano

CELSO PINTO
ENVIADO ESPECIAL A SEATTLE (EUA)

Existem dois traços marcantes na cidade de Seattle: a natureza e os símbolos da modernidade. É uma ironia, portanto, que uma das mais curiosas atrações da cidade seja um mergulho em seu passado, nos subterrâneos da antiga Seattle.
A força da natureza cerca Seattle. Situada no noroeste norte-americano, perto do Canadá, a cidade fica entre o enorme estuário de Puget Sound, onde deságuam mais de 70 rios, e o lago Washington.
No horizonte, vêem-se florestas, cadeias de montanhas (Olympics e Cascade) e o monte Rainier, com 4.700 m e neves eternas. Um em cada seis habitantes possui alguma embarcação, e a obsessão por "fitness" é quase californiana.
Outra ligação com a natureza é o clima, que produz, em média, apenas 55 dias de sol por ano, 90 dias parcialmente nublados e 220 dias nublados, com muita garoa.
Sol líquido
Assim como os escoceses, banhados por chuvas constantes, os habitantes de Seattle odeiam guarda-chuva e fingem ignorar o clima -mesmo que o tema seja inevitável nas conversas. Otimistas chamam a chuva de "sol líquido".
A ligação com a modernidade, admito, é uma interpretação mais pessoal. Um dos símbolos da modernidade não é tão moderno.
É a Space Needle, uma torre de 200 m: colunas esguias entrelaçadas, com uma espécie de disco voador no topo, onde funciona um inevitável restaurante rotativo.
A torre e um sistema de "monorail" -trem suspenso- foram feitos para a Feira Mundial de 1962 e são, para o bem e para o mal, o cartão de visita oficial da cidade.
Dois outros símbolos de modernidade muito ligados à cidade nasceram de dois habitantes ilustres: William Boeing e Bill Gates.
Calcula-se que o império da Boeing gere, direta e indiretamente, um em cada quatro empregos da cidade. A Microsoft emprega menos, mas gera mais comentários e curiosidade, o que inclui a casa de US$ 10 milhões de Gates.
Outros filhos ilustres da cidade, inovadores a seu modo, foram o guitarrista Jimi Hendrix e o "pop-grunge" Kurt Cobain.

LEIA MAIS sobre Seattle à pág. 7-14

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