São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 1997
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Guggenheim é sinônimo de museu há 60 anos

SÍLVIO CIOFFI
DA REDAÇÃO

Guggenheim é sinônimo de museu desde que Solomon R. Guggenheim criou uma fundação que hoje dirige instituições ligadas à arte nos EUA e na Europa.
Solomon morreu em 1949, aos 88 anos, dez anos antes de Frank Lloyd Wright concluir, em Nova York, o projeto do museu que leva seu nome.
Nascido na Filadélfia, num clã de industriais norte-americanos de origem suíça, Solomon R. Guggenheim iniciou em 1937 a fundação que o transformaria em um patrono da arte moderna.
Era o quarto filho de Meyer Guggenheim (1828-1905), empresário que fez fortuna com base na mineração e deixou entre seus descendentes diversos filantropos.
Frank Lloyd Wright, o grande arquiteto norte-americano deste século, recebeu a incumbência de construir o prédio em 1942, mas só completou a construção espiralada -que fica na altura do número 1.071 da 5ª Avenida- em 1959, pouco antes de morrer.
Um prédio polêmico
O curioso é que, se, de um lado, Frank Lloyd Wright passou boa parte de sua vida criticando a arquitetura de Nova York, de outro, os nova-iorquinos já compararam o museu a um prato de sopa virado de cabeça para baixo.
Mas, se há controvérsia no que se refere ao aspecto externo, todos são unânimes em reconhecer o museu como dono de um dos mais representativos acervos da arte deste século.
Na coleção do museu Solomon R. Guggenheim, estão obras-primas de Chagall, Léger, Modigliani e Picasso.
Em 1992, a mesma fundação abriu no bairro do Soho, no 575 da Broadway, também em Nova York, uma filial projetada pelo arquiteto japonês Arata Isozake.
Ainda em Nova York, a Guggenheim mantém, em Damrosch Park, uma concha acústica para espetáculos gratuitos ao ar livre.
Também ligada ao mundo das artes por obra do escritor Samuel Beckett e do artista plástico Marcel Duchamp, Peggy Guggenheim (1898-1979) deu seu nome a um museu localizado no Pallazzo Venier dei Leoni, no Grande Canal de Veneza, mas gerido desde 1969 pela mesma fundação que dirige o museu nova-iorquino.
Uma coleção de vanguarda
Nascida Margueritte Guggenheim, Peggy foi uma das primeiras pessoas a incluir em sua coleção as obras contemporâneas de Jackson Pollock e Mark Rothko.
Peggy herdou sua fortuna em 1919, casou em 1922 e, ao se divorciar em 1930, resolveu adotar um estilo de vida pouco convencional em Paris, onde morou até 1941.
Voltou então para os EUA, casou com o surrealista Max Ernst e abriu uma galeria em Nova York.
O casamento terminou em 1946, um ano depois do fim da Segunda Guerra. Foi aí que Peggy se mudou para Veneza, dedicando seu tempo ao término das obras de seu palácio, inacabado desde o século 18.
Hoje o acervo de seu museu tem principalmente obras de arte moderna posteriores a 1910.
Logo na entrada há um móbile de Alexander Calder. No terraço que dá para o Grande Canal, o destaque fica por conta de esculturas de Marino Marini, Alberto Giacometti e Henry Moore. No acervo estão obras de De Chirico e Dali, entre tantos outros.
(SC)

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