São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 1997
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Campanha vai incentivar uso de coquetel

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde lançou ontem programa para melhorar a adesão dos pacientes ao tratamento à base de coquetel anti-Aids e a eficácia dos medicamentos.
O programa foi motivado em parte por pesquisa realizada em São Paulo junto a cem portadores do vírus HIV (que provoca a Aids) submetidos ao tratamento. O coquetel falhou em 30% dos casos.
O coquetel é uma combinação de remédios que evita a multiplicação do HIV. Segundo o ministério, as drogas têm mostrado em vários países eficácia de até 80% em pacientes tratados rigorosamente.
O novo programa prevê a distribuição de mil vídeos para orientar os médicos da rede pública sobre as novas drogas usadas no tratamento e como combater as doenças mais comuns contraídas pelos pacientes, como a tuberculose.
Também serão distribuídos 100 mil cartazes com os dizeres "A Aids tem remédio" para estimular os portadores do vírus da Aids a procurar a rede pública.
A intolerância aos medicamentos e excesso de confiança dos pacientes são supostamente as duas principais causas da ineficiência observada em São Paulo, segundo o coordenador nacional do Programa de DST/Aids do Ministério da Saúde, Pedro Chequer.
"É melhor o paciente não fazer o tratamento do que interrompê-lo, porque o vírus criará resistência ao coquetel e ele não surtirá mais efeito", disse Chequer.
O coordenador disse que o excesso de remédios que devem ser tomados incentiva a interrupção do tratamento.

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