São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 1997
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Acaba a greve dos Correios em todo o país

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A greve dos Correios foi suspensa em todos os Estados, informou ontem à noite Asclepíades Oliveira Filho, presidente do Sintect (Sindicato dos Trabalhadores da ECT) do Distrito Federal.
Ele disse que os grevistas encerraram o movimento para que as negociações sejam reabertas. Segundo ele, a categoria não aceitará a contraproposta de 5% de reajuste, feita pela direção da empresa.
Ontem de manhã, os grevistas fizeram passeata da sede da ECT até as Comunicações, percorrendo toda a esplanada dos ministérios.
O novo presidente dos Correios, Renzo Dino Rossa, segundo nota distribuída ontem à imprensa, não estabeleceria as conversações enquanto a categoria estivesse em greve.
A nota dizia ainda que a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) se propõe "discutir o parcelamento dos dias parados". O novo presidente, que tomou posse anteontem, disse que mantém a proposta de 5% oferecida pela administração anterior.
São Paulo
Os funcionários dos Correios de São Paulo decidiram, em assembléia realizada ontem, voltar ao trabalho a partir de hoje.
O final da greve, iniciada em 4 de setembro, foi decidido por unanimidade entre os cerca de 500 funcionários que participaram da assembléia na praça da Sé (centro).
Segundo o presidente do sindicato de São Paulo, Mário Cézar Barbosa, a federação dos sindicatos dos Correios orientou a encerrar a greve devido a uma proposta de revisão de demissões e parcelamento dos dias parados feita pelos Correios.
Segundo Barbosa, "a greve não está encerrada, mas suspensa por dez dias". De acordo com ele, nova assembléia, a ser realizada no dia 2 de outubro, poderá decidir pelo retorno à greve.
Os funcionários dos Correios pediam 21,3% de reajuste salarial referente à inflação desde dezembro de 95, mais 5% de aumento real.
Os Correios ofereceram 5% de aumento para 85% dos funcionários, mais abono salarial de R$ 200,00. Ontem, 8,4 milhões de correspondências estavam acumuladas em São Paulo, devido à greve, segundo a ECT. De acordo com a empresa, com o final da greve serão necessários 14 dias para normalizar as entregas.
Conselho
O presidente Fernando Henrique Cardoso nomeou ontem Egydio Bianchi, ex-vice-presidente da ECT, para o cargo de conselheiro da administração da empresa.
Bianchi é tido como homem de confiança do ministro Sérgio Motta e havia deixado o cargo com outros seis diretores da empresa na semana passada. Ele substituirá Renato Navarro Guerreiro.

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