São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 1997
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Fiesp e Firjan divergem no caso Petrobrás

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A polêmica sobre o contrato entre a OPP Petroquímica -empresa do grupo Odebrecht- e a Petrobrás para a criação do pólo petroquímico de Paulínia (SP) gerou uma troca de acusações entre as duas maiores entidades empresariais do país.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) entrou ontem na polêmica ao defender o teor do contrato.
A atitude da entidade paulista motivou uma resposta da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
As críticas ao contrato firmado entre a empresa do grupo Odebrecht e a Petrobrás partiram principalmente de empresários da área petroquímica cujas empresas estão sediadas no Rio de Janeiro.
O motivo de descontentamento é uma cláusula do contrato. Ela determina que a Odebrecht seja consultada para participar de qualquer projeto futuro da Petrobrás na área petroquímica, mesmo que não seja no pólo de Paulínia.
Carta aberta
A Fiesp entrou na polêmica ao divulgar uma carta sobre o assunto enviada pelo seu presidente, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, ao presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.
Para a entidade, o contrato "simbolizaria o retorno dos investimentos no setor petroquímico paulista, após 25 anos de estagnação".
As críticas ao acordo, segundo a Fiesp, preocupam pelo potencial de prejudicar o pólo petroquímico de Paulínia.
A entidade afirma que "não parece legítimo duvidar da competência, da ética e do patriotismo dos dirigentes da Petrobrás que conduziram os processos de associação com empresas privadas brasileiras".
Segundo Moreira Ferreira, "parece que, subjacente a esta insidiosa campanha, subsistam ainda interesses espúrios e ambições cartoriais de um passado que está sendo superado".
Restrição
A resposta da Firjan ocorreu por meio de nota à imprensa.
Segundo o texto, a entidade apóia qualquer iniciativa para construção de indústrias em qualquer Estado e o pólo de Paulínia não seria exceção.
No entanto, de acordo com a Firjan, "o que não se admite é que um contrato feito a pretexto de construir um empreendimento petroquímico contenha cláusula que iniba a liberdade da Petrobrás de atuar no domínio do petróleo e da petroquímica em todo o território nacional".

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