São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 1997
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Não pegue vírus nem de "amigo"

MARIA ERCILIA
DO UNIVERSO ONLINE

No tempo da Internet a lenha, existia o "finger". Se você queria saber se alguém estava conectado, dava um finger. Os mais bacanas tinham um .plan, um texto com informações sobre a pessoa, essas coisas que agora todo mundo põe em home page.
Se você estava a fim de companhia, era só dar um "talk". A tela se dividia em dois na hora, e os dois saíam batucando. Ou mandava uma mensagem, pelo Pine, o programa de correio eletrônico que todo mundo usava.
Aí veio a Web e engoliu tudo. A Internet com SLIP/PPP era uma delícia, toda technicolor, mas adeus "finger" e "talk".
Tudo ficou mais moderno, mas bem mais solitário. Acabou o clima de radioamador. No máximo você podia chutar uns mails na madrugada, tipo mensagem na garrafa, para ver se alguém respondia.
Um tempo atrás apareceu um programa chamado ICQ (pronuncia-se como "I seek you", que quer dizer "eu procuro você"). Logo que foi anunciado, fui dar uma olhada. Achei a cara dele legal, com a florzinha vermelha, e a idéia era boa -era o velho finger, repaginado para a Web. Você pode criar uma lista de pessoas, elas acham você e vice-versa.
Depois de brincar um pouco, desencanei do ICQ. Ele ficava residente, fazia barulhos. Estorvou. Foi para a lata de lixo.
Essa semana voltei à página da Mirabilis (www.mirabilis.com), que faz o ICQ. Só de curiosa, para ver se emplacou.
Até demais. Mais de 900 mil pessoas usam o ICQ. O site parece uma colônia de férias. Dá páginas para os usuários, abre salas de bate-papo. E ainda tem programas de busca especiais para o ICQ, listas telefônicas de números de ICQ.
Existem uns minipagers para clicar e chamar os amigos -o programa continua fazendo uns barulhos danados. Mas onde tem gente demais sempre sai confusão. Qualquer um pode mandar fotos, textos e outros arquivos para os seus colegas de ICQ, só que agora tem uns espíritos-de-porco mandando vírus.
Se você pertence ao clube dos ICQs, anote os números dos infelizes: 1033855, 1066545, 1369727, 1370520, 140467 e 1188542. Mais mal-intencionados que pipoqueiro em porta de escola. Não aceite nada deles!
As rainhas do Quake
Terminou na semana passada o primeiro torneio de Quake só para mulheres. O duelo final foi entre KillCreek, 21, americana, e Cornelia Takacs, 20, húngara naturalizada americana. KillCreek (ou Stevie Case) era a favorita -já ganhou até de John Romero, um dos autores do Quake.
Ficou meio famosa, saiu na "Rolling Stone" e no The Site (veja o perfil dela: http://www.thesite.com/0797w1/play/play644-
070397.html), mas Kornelia (a única que jogava com seu nome verdadeiro) levou a melhor. As duas são profissionais. Imagine, ganhar a vida jogando Quake.
Muitas mulheres que jogam Quake se disfarçam embaixo das "skins" (http://www.planetQuake.com/skins/), que o mundo dos games é bem sexista. Mas alguns clãs são abertamente femininos, como o PMS (www.PlanetQuake.com/pms) e o CrackWhore (www.crackwhore.com), que têm uma atitude bem agressiva.
Veja o site do All Female Quake Tournament: http://207.217.52.16/aft/.

Email: netvox@uol.com.br

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