São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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Sigilo é decretado em caso de prostituição

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil decretou sigilo no inquérito que apura a rede de prostituição infanto-juvenil descoberta em São Paulo. A rede negociava meninas virgens, grávidas e adolescentes de até 16 anos.
O sigilo foi decretado dois dias depois de a acusada do chefiar a rede, Jane Viana dos Santos, 37, ter afirmado que entre os clientes estavam juízes, policiais, políticos e jornalistas.
A decretação de sigilo foi a primeira providência tomada pelo delegado Romeu Tuma Junior, titular da 2ª Delegacia Seccional (Seccional Sul), que assumiu ontem as investigações do caso.
Tuma Junior afirmou que o motivo da decretação de sigilo é assegurar a completa apuração dos fatos e preservar a imagem das meninas e adolescentes prostituídas e de seus familiares.
Com a decretação de sigilo no caso, os fatos que forem apurados a partir de agora só poderão ser divulgados após o término da investigação, com o início de um processo criminal, caso esse processo também não seja sigiloso.
A polícia ainda deverá ouvir as mães de uma adolescente que foi prostituída e de outra que ajudava o aliciamento de meninas.
Além delas, a polícia procura uma menina virgem de 11 anos que teria sido oferecida por Jane ao empresário Serafim de Tomaso, 52, preso anteontem depois de a Justiça decretar a prisão temporária do acusado, que nega o crime.
Os policiais estão investigando uma mulher que teria levado a virgem ao esquema supostamente liderado por Jane. Os cerca de 30 nomes de homens que aparecem nas três agendas encontradas no apartamento de Jane, na Vila Mariana (zona sudoeste de São Paulo), também estão sob investigação.
A polícia pretende terminar a transcrição das cerca de 60 horas de conversas telefônicas de Jane gravadas com autorização judicial. Para a polícia, as principais conversas estão concentradas em quatro horas de gravação.
Transferência
Por isso, disse o delegado, o caso exige dedicação exclusiva de vários policiais. Isso poderia paralisar os trabalhos no 36º Distrito Policial, que não teria recursos suficientes para concluir o caso e manter o atendimento à população.

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