São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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Smith se vinga com 'Amy'

AMIR LABAKI
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

"Procura-se Amy" é o único dos títulos com distribuição comercial garantida no Brasil. A Lumière promete lançá-lo em 10 de outubro próximo. Garanta seu ingresso.
Seu diretor, Kevin Smith, 27, é um filho dileto da geração Sundance -leia-se produção extra-hollywoodiana nos EUA na última década.
Foi revelado com "O Balconista", uma não mais que simpática comédia de subúrbio.
Hollywood comprou-lhe o passe, e o resultado foi um fracasso assumido publicamente pelo próprio Smith ("Mallrats", lançado no Brasil diretamente em vídeo como "Barrados no Shopping").
Voltando às raízes, Smith vinga-se agora com o sucesso de "Procura-se Amy".
Uma dupla de autores de uma história em quadrinhos de sucesso sofre um terremoto quando um deles se apaixona. Mais complicação: a moça é lésbica e, como cantaria Wando, "seu passado é tão forte, pode até machucar".
Smith não se fez de rogado. Demonstrando notável amadurecimento, combinou os ingredientes numa comédia romântica de notável sutileza e com diálogos francos.
O filme dá nome aos bois sem medo de arrostar preconceitos e da patrulhagem "politicamente correta". Raras vezes o cinema americano foi tão explícito ao falar de sexo. É como se Camile Paglia escrevesse num roteiro para Eric Rohmer filmar nos EUA.
"Procura-se Amy" já rendeu 40 vezes mais do que custou. Hollywood voltou à porta de Smith, que topou escrever um roteiro para o "Superman" que Tim Burton deve rodar com Nicolas Cage. Ao que consta, o original de Smith foi estraçalhado ainda antes do começo das filmagens.
Nada que o abale muito. A comédia apocalíptica "Dogma" é seu novo projeto. Nada de grandes estúdios. A produção independente é sua verdadeira praia.
(AL)

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