São Paulo, sábado, 27 de setembro de 1997
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Saiba o que deu e o que não deu certo

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de 14 semanas, o rodízio 97 terminou com a consagração de algumas idéias e a aposentadoria precoce de outras. Abaixo, um balanço de seus principais aspectos:

RODÍZIO AJUDA, MAS NÃO RESOLVE - Mesmo com rodízio, o paulistano enfrentou dias muito poluídos durante o inverno, sobretudo no final da estação, quando os efeitos da baixa umidade do ar se somaram aos da poluição.
O ozônio foi o grande vilão, mas houve qualidade do ar má também por monóxido de carbono -principal alvo da operação.

COM OS ANOS CONTADOS - O rodízio é uma operação que, caso não haja redução significativa da taxa de crescimento da frota paulistana de carros, se tornará inviável, do ponto de vista prático, em mais dois ou três anos.
A frota da capital aumenta cerca de 260 mil carros por ano. A Secretaria do Meio Ambiente já acena com a hipótese de proibir três finais de placa de rodar diariamente no rodízio 98. Segundo o secretário Fábio Feldmann, isso ainda depende de simulações.

POPULAÇÃO RESPEITA - Os motoristas atingidos pela operação assimilaram bem o aumento do prazo do rodízio. E a popularidade da medida, que melhora o trânsito, pode ser avaliada pela intenção de criar um rodízio permanente.

FALHAS NA MEDIÇÃO DA POLUIÇÃO - A medição da qualidade do ar não é a ideal na região metropolitana. Por isso, a secretaria vai investir R$ 3 milhões para aumentar a rede estações medidoras.
Por falta de dados históricos sobre a poluição em algumas áreas, a Cetesb não sabe dizer se houve melhora do ar em parte da região metropolitana.

PROBLEMAS NA ORGANIZAÇÃO - Apesar de já estar na terceira edição, o rodízio deste ano ainda apresentou problemas de organização. O melhor exemplo foi o seu final, que teve de ser antecipado.
Se fosse até o final do mês, como previsto inicialmente pela secretaria, o rodízio faria os motoristas com placas vetadas na segunda e na terça viverem um dia a mais de proibição de circular.

CAMINHÕES ESCAPARAM - A inclusão dos caminhões, novidade no programa deste ano, teve fiscalização precária. Nos corredores de exclusão, onde estavam liberados para transitar veículos com carga com origem e destino localizados fora da área da operação, seria preciso parar o infrator para multá-lo. Resultado: não houve fiscalização sistemática.

MUDANÇA DE PLACA PREJUDICA MOTORISTA - No rodízio de inverno do próximo ano, já previsto por lei, a definição do dia da semana em que cada final de placa não poderá circular deve ser feita por sorteio.
Segundo o secretário Fábio Feldmann, o chamado rodízio do rodízio não prejudicou a adesão dos motoristas, mas atrapalhou o planejamento de seu cotidiano.

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