São Paulo, sábado, 27 de setembro de 1997
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Exibição do filme lota cidade

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CANUDOS

A exibição do filme "Guerra de Canudos" em praça pública trouxe aos moradores de Canudos (BA) sentimentos de revolta e fanatismo vividos por seus conterrâneos no final do século passado.
As baixas militares foram comemoradas com entusiasmo pelas cerca de 5.000 pessoas que assistiram anteontem à noite, pela primeira vez, à exibição de um filme de cinema na cidade.
"Não sei se o sofrimento dos seguidores de Antônio Conselheiro era maior do que o nosso hoje", disse o comerciante Pedro Carlos Rodrigues, 44.
Canudos parou anteontem para assistir ao filme. Com duas horas de antecedência para o início da projeção, a avenida Juscelino Kubitschek (centro) estava completamente lotada.
As escolas suspenderam as aulas, e os bares, lanchonetes e supermercados encerraram mais cedo suas atividades. Os canudenses e moradores de cidades vizinhas chegaram à avenida JK a pé, em carros, caminhões e ônibus.
O momento mais emocionante do filme para os canudenses foi a morte de Antônio Conselheiro. Em silêncio absoluto, o público acompanhou as palavras de despedida do líder religioso aos seus seguidores.
Único ator do filme a acompanhar sua projeção em Canudos, Dody So (que interpreta o personagem Pajeú) disse que ficou muito satisfeito com a reação do público.

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