São Paulo, sábado, 27 de setembro de 1997
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Avião cai na Indonésia e mata 234

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um Airbus indonésio caiu ontem no norte de Sumatra (Indonésia) matando todas as 234 pessoas a bordo. A área onde ocorreu o acidente está há vários dias envolta numa densa fumaça provocada por queimadas de florestas.
Ainda não havia sido determinado até a noite de ontem se a fumaça contribuiu para o acidente.
Há muita lama e água no local do desastre. O pessoal de resgate teve bastante dificuldade para chegar aos destroços do Airbus A-300 B-4 da empresa indonésia Garuda Airlines. Cerca de 60 corpos foram retirados do local ontem, e o trabalho recomeçaria hoje pela manhã.
O diretor-presidente da Garuda, Supandi, disse que a companhia vai investigar as causas do acidente. A empresa fabricante do avião, a European Airbus Industrie, está enviando uma equipe para o local.
Supandi disse que o avião estava chegando ao aeroporto de Polonia, em Medan, depois de ter saído de Jacarta (capital), quando caiu, às 13h55 (2h55 em Brasília).
Segundo Supandi, a visibilidade no local no momento da queda era de 500 a 600 metros e, apesar da nuvem de fumaça, o aeroporto estava aberto normalmente.
Um jornalista no local disse que o avião se partiu em dois quando bateu contra uma colina com plantações de coco e banana e pegou fogo. Testemunhas citadas pelo Ministério dos Transportes afirmaram que o avião voava em baixa altitude na hora do acidente. Outras testemunhas disseram que o avião explodiu no ar antes de bater e se partiu em pedaços.
Segundo o ministério, funcionários do aeroporto de medan afirmaram que as condições climáticas eram boas para o pouso, apesar da densa fumaça na região.
O presidente indonésio, Suharto, ordenou ao Ministério dos Transportes a realização de uma investigação rigorosa.
"Nós lamentamos (o acidente) e estamos tomados pela tristeza", disse Supandi numa entrevista coletiva no aeroporto de Jacarta. Ele disse que a Garuda vai transportar parentes das vítimas para Medan hoje. "A Garuda assume toda a responsabilidade", disse Supandi, que colocou um Boeing-747 à disposição dos familiares das vítimas.
A agência oficial de notícias do país, a "Antara", afirmou que havia seis japoneses e dois americanos a bordo. A lista de passageiros indica que podia haver mais estrangeiros a bordo, mas suas nacionalidades ainda não haviam sido determinadas. A agência de notícias "Bernama", da Malásia, afirmou haver vários malasianos a bordo. Um dos principais empresários da Indonésia, Polar Yanto Tanoto, também estava no vôo.
A Indonésia, espalhada por cerca de 17,5 mil ilhas, depende muito do transporte aéreo, embora especialistas internacionais costumem fazer críticas ao padrão de treinamento e manutenção do setor de aviação do país.
Em julho passado, um Fokker F-27 da Sempati Air caiu pouco após decolar de Bandung (Java Ocidental), matando 30 pessoas.
Um McDonnell Douglas DC-10 da Garuda pegou fogo após abortar uma decolagem no aeroporto de Fukuoka, Japão, em 1996, matando pelo menos 3 pessoas e ferindo 99.
O pior desastre aéreo da Indonésia até ontem era a queda de um Hércules C-130 em Jacarta, em 1992, matando 136 pessoas.

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