São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997 |
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No bolso; Meio do caminho; Preço de ocasião; Praia eleitoral; Fôlego curto; Pagando o atraso; Longe do caixa; Sinal de alerta; No contra-ataque; Pau da barraca; "Day after"; De fora; No papel; Rédea curta; Aos pedaços; Objeto de estudo; Marcha lenta
DE FORA No bolsoNo Plano Real, as 500 maiores empresas de capital aberto mais que dobraram sua rentabilidade: de 2,2% no primeiro semestre de 94 para 4,8% neste ano. O levantamento é da Austin Asis. Meio do caminho Apesar da melhora, diz Erivelto Rodrigues, a rentabilidade ainda está longe dos padrões internacionais. As 500 maiores dos EUA, por exemplo, registraram 14% em 96. "Só um setor no Brasil apresenta rentabilidade no padrão internacional: o financeiro." Preço de ocasião Os bancos brasileiros têm rentabilidade alta e o valor é interessante aos estrangeiros, diz Paulo Feldmann, da Ernst & Young. A participação do crédito no PIB brasileiro é ainda pequena, de 30%, contra 50% na Argentina. Praia eleitoral Os candidatos à sucessão na Fiesp, Horácio Piva e Joseph Couri, apresentam suas propostas aos 41 diretores regionais, municipais e distritais do Decor, no dia 18, no Guarujá (SP). Moreira Ferreira avisa: ainda não será desta vez que ele vai declarar sua preferência. Fôlego curto Para Nilton Molina, da Icatu Hartford e vice-presidente do IRB, está tudo errado na reforma da Previdência -que discute benefícios quando deveria discutir o país que se deseja construir. "Ela não resiste. Já no começo da próxima década vai abrir o bico, com Estados e prefeituras quebrando." Pagando o atraso O norte-americano Wells Fargo Bank anunciou que vai creditar US$ 5 na conta de cada cliente no Oregon (EUA) que espere mais de cinco minutos na fila para ser devidamente atendido. Longe do caixa "Se a moda pega... No Brasil, cinco minutos é só o tempo para atravessar a porta giratória", diz o consultor Emilio Garofalo Filho. Sinal de alerta Cresce no mercado financeiro -mas ainda não é majoritária- a percepção de que as eleições presidenciais de 98 vão para o 2º turno. Em consequência, o cenário previsto para o ano será de muita volatilidade no câmbio e nos juros. No contra-ataque Para o mercado, o governo está se preparando para administrar a volatilidade: alongando o perfil da dívida e, especialmente, pisando no acelerador das privatizações. Pau da barraca Comentário de um analista: "Privatização é a chave de 98. Ela vai gerar muita bala, e de canhão, para a artilharia do BC". "Day after" Segundo dados da Andima, o perfil da dívida interna corrigida pelo dólar (títulos cambiais do Tesouro) está mesmo alongando: era de 3 a 12 meses em 95 e, neste ano, já passou a ser de 24 a 36 meses. Detalhe: a discussão sobre a possibilidade do 2º turno ainda não atingiu os investidores estrangeiros -por enquanto, para eles, a reeleição de FHC será tranquila. No papel Nas contas que circulam no mercado financeiro, os gastos públicos adicionais de 98 (com fins eleitorais) vão somar 1% do PIB. Rédea curta O JP Morgan reviu para baixo sua projeção de crescimento da economia brasileira para 98, de 4,5% para 3%. Motivo: a política monetária continuará apertada para controlar as contas externas. Aos pedaços Para o economista Luís Paulo Rosenberg, a política do governo é o oposto do crediário: "Você paga à vista (a conta dos juros altos) e recebe a mercadoria a prazo (a correção gradual do câmbio)". Objeto de estudo Rosenberg considera que discussões sobre a política cambial passaram a ser meramente acadêmicas depois da crise asiática. "Agora, não dá mais para mexer." Marcha lenta "Acabou o efeito de distribuição de renda do Real e a atividade produtiva deve ficar andando de lado", diz Mario Bernardini, do Ciesp. Agora, a economia deve crescer pouco, calcada nas indústrias de base e da construção civil. E-mail: painelsa@uol.com.br Texto Anterior: Estrangeiro avança no setor bancário Próximo Texto: Aprendizes de feiticeiro Índice |
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