São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997
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ALUGA-SE PARA FESTAS

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O mercado de locação para temporada está sofrendo algumas modificações. Proprietários de mansões e sítios, na capital e nos arredores de São Paulo, começam a alugar seus imóveis para festas.
Para competir com as empresas especializadas em eventos, os proprietários oferecem simplicidade na locação e liberdade na opção dos serviços de bufê. As diárias variam de R$ 8 a R$ 98 por pessoa
-confira ofertas na pág. 7-3.
"Até o final do ano, estamos com todos os sábados agendados", diz Esperança Ramos, 33, gerente da Conatus Casa de Eventos, que administra um imóvel no Butantã (zona sudoeste de São Paulo) de 14.000 m2, que custa R$ 2.500/dia.
Hoje, quem aluga um imóvel para festas busca atrativos especiais -como área verde, piscina e varandas- e ambientes agradáveis e espaçosos -os anfitriões procuram receber os convidados como se estivessem em sua própria casa.
Renda extra
Segundo a Folha apurou, em 90% dos casos, os donos já moraram no imóvel. Iva Proença, 65, dona do Recanto Pasárgada, um sítio de 193.600 m2 em Cotia (35 km a oeste de São Paulo), usava o imóvel nos fins-de-semana.
"Mas, com a diminuição da frequência e os altos custos de manutenção, acabei alugando para evitar a venda e a deterioração do espaço", explica. Ela cobra uma diária que varia de R$ 200 a R$ 300.
"Morei na casa e depois resolvi utilizá-la como negócio', diz Marli Koraicho, 36, dona do Espaço Eça de Queirós, imóvel de 750 m2 na Vila Mariana (zona sudoeste de São Paulo), onde o aluguel fica entre R$ 15 e R$ 60 por pessoa.
Neusa Amorim, consultora na área de hotelaria e sócia do Espaço Araguari, uma casa de 1.000 m2 em Moema (zona sudoeste de São Paulo), que custa R$ 1.600/dia, critica essa informalidade na locação.
"Tentando evitar que o imóvel fique parado e acabe trazendo prejuízos, os proprietários alugam de forma amadora e deixam de oferecer um atendimento à altura."
Na opinião dela, os serviços devem estar voltados para a qualidade total. "Todos os funcionários que trabalham comigo são formados em hotelaria. Isso garante um atendimento personalizado."
Mas existem locatários que optam por um local alternativo justamente para fugir do atendimento sistemático. O consultor imobiliário Lincoln Jorge Marques, 40, diz que esse tipo de locação descompromissada funciona como um mercado paralelo em ascensão.
"Não vejo nenhum problema nessas ofertas sem compromisso. Acho até uma tendência positiva porque revitaliza imóveis vazios e abandonados da cidade."

LEIA MAIS na pág. 7-3.

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