São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997 |
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O CRESCIMENTO POSSÍVEL O CRESCIMENTO POSSÍVEL A aceitação de um crescimento baixo é até compreensível num país que viveu décadas de inflação. Mas o espectro de uma recessão e o registro de preços em queda permitem questionar quão baixos devem ser afinal o crescimento e a inflação, para se tornarem aceitáveis e legítimos. O desafio está na identificação das fontes de dinamismo capazes de relançar um crescimento não-inflacionário. No curto prazo, porém, diversos fatores parecem limitar o raio de ação do governo e deprimir as esperanças de uma retomada. Em primeiro plano estão as taxas de juros. Seja porque o ambiente internacional tornou-se mais intranquilo depois da crise asiática, seja porque o déficit público ainda não foi controlado, o espaço para a redução das taxas é praticamente nulo. Se os juros externos subirem, como volta e meia se cogita, os internos talvez tenham que subir no Brasil. Como pano de fundo há o fato de que o aumento de poder de compra dos assalariados, propiciado pela estabilização, se esgotou. O aumento da inadimplência é uma dificuldade adicional para a recuperação. O crescimento econômico brasileiro, portanto, não deverá ir muito além da fronteira dos cerca de 3% em 1997. É a expansão possível, ainda que esteja longe da desejável. Texto Anterior: A ESQUERDA PATINA Próximo Texto: OS CATÓLICOS E O PAPA Índice |
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