São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997
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Lentidão deve aumentar 30%, prevê CET

DA REPORTAGEM LOCAL

Os 147 quilômetros de congestionamentos registrados às 19h da última sexta-feira -recorde de lentidão durante o rodízio- foram um prenúncio do caos que deverá se instalar no trânsito paulistano nesta semana.
Com o fim da operação antipoluição, que durou 14 semanas, cerca de meio milhão de carros deverá voltar hoje às ruas da cidade de São Paulo. Além do aumento na emissão de poluentes, o efeito mais visível desse reforço na frota de automóveis é o aumento no tamanho dos congestionamentos.
Durante o rodízio, os congestionamentos no período da manhã em setembro mal passavam dos 60 km entre as 8h30 e as 9h, período que concentra o auge da lentidão desse período. Em setembro do ano passado, nesse mesmo horário, o tamanho médio dos congestionamentos chegava a 90 km.
No final da tarde e início da noite, a situação é ainda pior e, sempre que possível, o motorista deve evitar sair de casa depois das 17h.
Em setembro de 96, o congestionamento médio por volta das 19h30 chegava a cerca de 150 quilômetros. Em setembro deste ano, com o rodízio, o pico do fim da tarde ficou entre 90 e 100 km.
Dois fatores tornam o trânsito da tarde pior do que o da manhã. Mais gente usa o carro no período vespertino do que no matutino e, para complicar ainda mais, os grandes temporais costumam ocorrer depois das 16h.
"De manhã, as pessoas usam o carro por dois motivos básicos: ir ao trabalho e à escola", diz Celso Buendia, responsável pelas medições de lentidão da CET.
O trânsito da tarde, segundo Buendia, além de ser provocado pelas pessoas que utilizam o automóvel para voltar para casa, é engrossado pelos indivíduos que usam o carro por outros motivos (ir ao supermercado, cinema, restaurante, médico etc).
A quantidade de automóveis que retorna às ruas equivale ao número de carros que foram retirados de circulação, em média, diariamente pelo rodízio antipoluição.
A frota que diariamente circula na capital é estimada em cerca de 3,3 milhões de automóveis (a frota total de carros da capital é de 4,9 milhões, segundo o Detran).
Em tese, o rodízio deveria ter proibido de rodar diariamente cerca de 660 mil carros. Mas, na prática, segundo a Cetesb, esse número foi de aproximadamente 500 mil veículos.
Isso porque houve uma desobediência de quase 4% ao rodízio e 25% das pessoas que têm carro não foram, na verdade, afetadas pela proibição, pois tinham um segundo automóvel que substituiu a placa proibida.

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