São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Garota de 16 anos é contra o aborto

MARIA ANGÉLICA DE OLIVEIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

É impressionante como os valores éticos sucumbiram no chamado mundo moderno. Entristeço-me profundamente em ver políticos, intelectuais e formadores de opinião pública proclamar a cultura da morte, defendendo o assassinato frio e egoísta de crianças completamente indefesas pelos motivos mais fúteis.
Sob o eufemismo de direitos reprodutivos da mulher, o governo dos EUA e os organismos que defendem o controle de população usam os chamados movimentos feministas para enganar nossa sociedade com falsos argumentos e estatísticas. Se não, vejamos:
- Quinhentas mil mulheres morrem por ano no Brasil em consequência de abortos clandestinos. Isto é uma mentira deslavada. O objetivo da divulgação dessas mentiras é colocar os formadores de opinião, principalmente jornalistas, a favor da legalização para salvar a vida das mulheres.
- Como são feitos 1,5 milhão de abortos no Brasil, ou seja, como o aborto é uma realidade, então devemos legalizá-lo. Eu pergunto: por que não legalizar também os furtos, assaltos e o tráfico de drogas? Assim teríamos o assalto seguro, o assassinato e também o tráfico de drogas seguros, diminuindo o número das vítimas.
- Em caso de estupro, a mulher deve ter o direito de matar o seu filho porque ele não é gente, é uma coisa imunda que deve ser retirada imediatamente. Se tiver o filho vai odiá-lo, e quando ele crescer será um marginal. Quando a Justiça quer comprovar a paternidade de uma criança, ela exige o exame de DNA, que comprova em 100% essa paternidade. Isso mostra que a vida começa no momento da concepção, quando o espermatozóide encontra o óvulo. Quanto ao argumento do ódio, já salvamos várias mulheres que foram vítimas de estupro, e todas tiveram os seus filhos e os amam profundamente e afirmam que em nenhum momento, ao olhar para seus filhos, se lembram da violência sofrida.
- A mulher é dona do seu corpo. Concordo, mas não do bebê, que é outro ser humano.
- Risco de vida para a mãe. O risco é para ambos, mãe e filho. Qual das vidas tem mais valor? Eu respondo: toda vida tem o mesmo valor, e cabe ao médico tentar salvar ambas e não eliminar o mais fraco.
Como disse a Federação Espírita Brasileira em um de seus cartazes: "Aborto: crime covarde, a vítima não pode se defender."
E digo para todas as mulheres que estão pensando em abortar que não matem seus filhos, liguem para mim no telefone 352-3018 e nós as ajudaremos e se não quiserem ficar com seus filhos, nós cuidaremos deles para vocês.
Viva as mulheres! Viva a vida! Viva a felicidade de ser mãe! Viva a coragem daquelas mulheres que mesmo estupradas, preferem dar vida a suas crianças.

Texto Anterior: Semana tem roqueiros dos EUA, dança longe do convencional e um RPG 100% brasileiro
Próximo Texto: Mostra é passeio no futuro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.