São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997 |
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ALCACHOFRA
ROBERTO DE OLIVEIRA
Os produtores paulistas, concentrados nos municípios de Capão Bonito, São Roque, Ibiúna, Piedade e Vargem Grande Paulista, iniciaram a colheita de uma supersafra e prevêem queda dos preços do produto ao consumidor. O preço da alcachofra sofreu queda este ano na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo), diz Valdir Renato de Oliveira, 51, chefe de economia e desenvolvimento do órgão. Na temporada passada, a unidade de alcachofra era vendida no atacado, em média, a R$ 0,62. Nesta safra, teve redução de 27%. Está sendo vendida a R$ 0,45. A queda de preço da alcachofra no atacado refletiu também no bolso do consumidor. Segundo Omar Assaf, presidente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados), foi repassado para o varejo o mesmo índice de redução do atacado. Na opinião do chefe de economia e desenvolvimento da Ceagesp, um dos motivos que provocou a redução de preço foi o aumento de oferta de alcachofra. Em 95, a Ceagesp comercializou 3,682 milhões de cabeças de alcachofras. No ano seguinte, houve aumento de 68%. Foram vendidas 6,204 milhões de cabeças. A alcachofra deve registrar novo crescimento este ano, prevê Oliveira. Serão pelo menos 7 milhões de cabeças, o que representa um aumento em torno de 12%. Antes restrita a uma pequena parcela de consumidores, a alcachofra se torna nesta época do ano prato indispensável nos cardápios dos principais restaurantes. Também é tema de festas no interior paulista (leia abaixo). Antonio Benedito de Camargo, 54, começou a produzir há 26 anos em apenas 1 ha, em São Roque (42 km a oeste de São Paulo). Ele diz que não tem motivos para reclamar da cultura nesta safra. Deverá produzir 3.000 caixas de alcachofra nos 5 ha que destina à plantação. Sua produção deve chegar a 320 mil alcachofras. "Quem quiser pode começar plantando em apenas 1 ha, onde cabem 8.000 mudas", explica. Cada pé rende, em média, entre seis e oito alcachofras, diz Camargo. Segundo ele, a reposição da planta só é necessária entre oito e dez anos após a primeira colheita. "Mas já cheguei a manter pés por 16 anos produzindo", diz. Para o produtor Edson Hashizume, 29, também de São Roque, falta indústrias para comercializar a alcachofra em conservas. Ele possui 30 mil pés espalhados em 8 ha. "A produção em conserva seria uma alternativa para aproveitar melhor a safra." Enquanto isso não ocorre, o produtor vende as folhas da alcachofra para um laboratório para engordar seu lucro. Próximo Texto: Receitas Índice |
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