São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Juiz convoca reforço da PM para despejar sem-terra

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

O juiz Dirceu Geraldini, de Presidente Epitácio, convocou reforço policial para tentar despejar as 300 famílias de sem-terra, ligadas ao MST, que invadiram a fazenda Maturi, no município de Caiuá, no Pontal do Paranapanema (extremo oeste de São Paulo).
Até ontem à tarde, o ofício ainda não havia chegado ao comando da Polícia Militar. A fazenda Maturi foi invadida pelos sem-terra no último dia 15.
As famílias se recusam a cumprir a ordem de deixar o local, determinada pela Justiça no último dia 18. Os sem-terra já teriam preparado cem hectares da área da fazenda para o plantio.
A fazenda foi adquirida pelo Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), mas o órgão ainda não tem a titularidade definitiva. O instituto planeja assentar 160 famílias na fazenda, de 4.418 hectares.
Segundo a líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Pontal do Paranapanema Diolinda Alves de Souza, os sem-terra querem a garantia de que todas as famílias serão assentadas, incluindo as não-cadastradas pelo Itesp.
Itesp
A coordenadora do Itesp, Tânia Andrade, afirmou ontem que não vai cadastrar as famílias dos sem-terra que estiverem em áreas invadidas.
"O MST diz que as famílias não têm para onde ir. Foi um problema que eles criaram, eles que encontrem uma solução", afirmou Tânia Andrade.
Segundo ela, o governo não paga indenizações por áreas em litígio. "Se os sem-terra ficarem lá, vão atrasar nossa programação de assentamentos", afirmou a coordenadora do Itesp.

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