São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Jungmann, filiado ao PPS, votará em FHC

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Raul Jungmann (Política Fundiária), membro licenciado do Diretório Nacional do PPS, segue mais o presidente Fernando Henrique Cardoso do que o partido e não irá apoiar um eventual candidato do PPS em 98.
Ontem, ele disse que defenderá a reeleição de FHC mesmo se o partido lançar o ex-ministro Ciro Gomes como candidato. Isso porque considera que está conseguindo fazer no governo "uma reforma agrária à esquerda".
Em julho passado, Jungmann sofreu críticas do PPS por ter afastado um aliado do partido, Arcelino Ribeiro, que ocupava no Piauí a superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) havia quatro anos.
O senador Roberto Freire (PPS-PE) condenou o "loteamento político" do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) havia quatro anos.
O senador Roberto Freire (PPS-PE) condenou o "loteamento político" do Incra porque no lugar de Arcelino Ribeiro foi nomeado um apadrinhado do deputado Júlio César (PFL-PI).
"O partido protestou com absoluta liberdade, mas eu tinha de dar conta das demandas da base de sustentação política do governo", disse o ministro.
Em Pernambuco, sua terra natal, Jungmann atendeu pedido do deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE), outro aliado do governo, e reconduziu Roosevelt Gonçalves Lima da superintendência do Incra. Ele havia sido afastado do cargo pelo próprio ministro.
Oxigênio
O ministro afirmou que não se sente incomodado em pertencer a um partido que abriu as portas para receber um dos maiores críticos do atual governo.
"Eu vou continuar no PPS porque me sinto à vontade no partido do mesmo jeito que me senti em 94, quando o PPS decidiu apoiar Lula, e eu fiquei com o Fernando Henrique Cardoso", disse ele.
Jungmann afirmou que o ingresso de Ciro Gomes no PPS serviu para "oxigenar o quadro das esquerdas". Para ele, "Ciro faz parte da proposta do PPS de refundar a esquerda".

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