São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Pacientes terão ficha médica eletrônica

NOELLY RUSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital São Paulo (Universidade Federal de São Paulo/EPM) organizam o Registro Unificado do Paciente (RUP).
Trata-se de um cartão que vai conter todas as informações sobre o paciente e poderá ser usado em hospitais diferentes. O cartão terá desde identificação do paciente até procedimentos complexos, como tomografia computadorizada.
"O objetivo do cartão é providenciar melhor atendimento aos pacientes e desafogar os grandes hospitais de atendimentos que devem ser feitos em unidades básicas. O cartão vai permitir saber se o paciente já foi atendido no Hospital São Paulo, quais as providências adotadas e se é necessário refazer os procedimentos ou simplesmente reencaminhá-lo ao hospital de origem", diz Lincoln de Assis Moura Jr., coordenador de Informática do HC-FMUSP.
Moura Jr. diz que unificar e organizar as informações sobre os pacientes é a tarefa mais difícil. "A tecnologia existe e está à mão. Precisamos de patrocínio para lançar um grande projeto piloto. Mas, antes, é necessário chegar a um consenso sobre as informações que estarão no cartão e a maneira como elas devem ser organizadas. O modelo proposto pelas três instituições está aberto a sugestões de outros serviços de saúde."
Um dos possíveis parceiros para a implantação do RUP é o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Moura Jr. foi o representante brasileiro em congresso realizado neste mês em Washington para apresentar a proposta. Segundo ele, com a ajuda do BID, o projeto pode ser implantado em um ano.
"Dentro de dez dias, teremos a resposta do BID. Nesse tempo, também teremos uma resposta do Ministério da Saúde. Eles também receberam o projeto e analisam a viabilidade de sua implantação."
Segundo ele, é importante haver a organização padronizada dos cartões por alguma autoridade. "O ministério ficaria encarregado de incorporar novas informações e de controlar a padronização."
Moura Jr. afirma que a iniciativa de organizar as informações em um cartão já existe em outros Estados brasileiros e de outros países da América Latina. "Minas Gerais e Rio Grande do Sul são alguns dos lugares onde já existem projetos próprios. O ideal é todos se juntarem em um único padrão."
Entre os efeitos do uso do cartão está o maior controle e segurança para os pacientes. "O cartão permite identificar a origem de um eventual erro ou, ainda, a fonte de uma eventual omissão de informações importantes. Esse aspecto ainda está em discussão, mas pode se tornar um documento a mais."

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