São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997 |
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Ex-militar exige garantias para ir à Espanha e testemunhar Adolfo Scilingo teme que Justiça peça sua prisão FERNANDO GODINHO
Scilingo ofereceu seu depoimento à Justiça espanhola porque participou das operações da Esma (Escola de Mecânica da Marinha), um dos principais centros de tortura do regime militar argentino. A Justiça espanhola calcula que cerca de 400 espanhóis desapareceram durante a "guerra suja" na Argentina. Muitos deles teriam passado pela Esma. Como pretende prestar um depoimento pessoal, Scilingo quer garantir que a Justiça espanhola não decretará sua prisão durante sua permanência no país. Com essas garantias, ele viajará para a Espanha dentro de duas semanas. Atualmente ele vive em liberdade na Argentina graças às leis adotadas pelo país após o retorno dos civis ao poder, em 1983. Em 1995, Scilingo denunciou publicamente os chamados "vôos da morte": presos políticos detidos na Esma eram dopados, colocados em aviões militares e jogados nus no oceano Atlântico. Ele acusa a Marinha de ter organizado as ações e de não admitir sua responsabilidade porque "tem medo de dizer a verdade, que é vergonhosa". A Folha procurou ontem a assessoria de imprensa da Marinha, que não quis se pronunciar sobre a entrevista de Scilingo. A assessoria argumenta que ele não pertence mais aos quadros da Marinha. A Esma também não se pronunciou. Texto Anterior: Começa o segundo juízo de Oklahoma Próximo Texto: 17 morrem no ex-Zaire em ataque do Congo; Oposição vence em Províncias argentinas; Guerrilha na Colômbia rejeita negociar a paz; Foguete fabricado pela Índia lança satélite; Estudo vê falha em coquetéis contra a Aids Índice |
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